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Sáb, Abr

Brasil e China reforçam cooperação em tecnologia espacial com fórum mundial de educação

Notícias EAD

Representantes de centro regional criado pelas Nações Unidas para a Ásia e o Pacífico visitaram a Agência Espacial Brasileira a fim de discutir estratégias de capacitação de recursos humanos. "Eu diria que esse fórum será muito útil para desenvolver o uso de tecnologias espaciais nessas regiões e também para compartilhar a ideia de promover seu uso pacífico", disse o diretor-executivo do centro instalado na China.

Delegação chinesa liderada pelo diretor-executivo do Centro Regional para Educação em Ciência e Tecnologia Espacial na Ásia e no Pacífico, Weng Jingnong, visitou a AEB em Brasília.

Seis centros espaciais afiliados às Nações Unidas e espalhados pelo mundo devem enviar representantes a Brasília, em agosto, para debater estratégias de capacitação de recursos humanos. Provável anfitriã do fórum, a Agência Espacial Brasileira (AEB) recebeu nesta semana uma delegação chinesa chefiada pelo Centro Regional para Educação em Ciência e Tecnologia Espacial na Ásia e no Pacífico (RCSSTEAP), com quem divide a organização do encontro.

"O fórum tem como finalidade ensinar a importância do espaço na nossa vida cotidiana para novas gerações de diversos países de todas as regiões do planeta", comentou o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Carlos Alberto Gurgel, nesta terça-feira (9), último dia da missão chinesa. "Ouvimos propostas dos dois lados para fechar a agenda desse grande evento, com foco na área educacional e possibilidade de durar uma semana ou mais."

Ligados ao Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral (Unoosa), os seis centros "cobrem praticamente todos os países do mundo", nas palavras de Gurgel. A China está à frente do RCSSTEAP e Brasil e México se revezam na liderança do Centro Regional de Educação em Ciência e Tecnologia Espacial para América Latina e Caribe (Crectealc). As outras quatro unidades estão instaladas na Índia, na Jordânia, em Marrocos e na Nigéria.

A comitiva chinesa conheceu, ainda, projetos de pesquisa no campus da Universidade de Brasília (UnB), na tarde de segunda-feira (8). Segundo Gurgel, o caráter educacional do fórum marcado para agosto requer forte aproximação da academia. "Vamos convidar todas as instituições de ensino brasileiras que têm engenharia aeroespacial e os outros centros regionais certamente vão trazer pessoal das universidades que os auxiliam, como a Beihang University."

O diretor-executivo da RCSSTEAP, Weng Jingnong, avaliou a missão de dois dias como muito produtiva. "Discutimos bastante acerca da cooperação entre Brasil e China, especialmente no campo espacial, e encontramos bastante consenso em educação", relatou. "Eu diria que esse fórum que coorganizamos será muito útil para desenvolver o uso de tecnologias espaciais nessas regiões e também para compartilhar a ideia de promover seu uso pacífico."

Transformação
Concebidos pelas Nações Unidas na década de 1980, os centros regionais vêm sendo estabelecidos desde 1995 e abrangem, sobretudo, países emergentes. "Estados Unidos e Europa não entram porque já têm programas consolidados, tocados por Nasa [Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço] e ESA [Agência Espacial Europeia]", explicou Gurgel. "A iniciativa da Unoosa apoia regiões que ainda não dominam totalmente a área."

Embora ainda não fosse uma potência espacial na década de 1980, a China ganhou relevância aeroespacial ao longo dos últimos 30 anos, a ponto de inaugurar o RCSSTEAP em 2014. De acordo com o tecnologista da AEB Rui Botelho, a Unoosa estimulou a criação dos centros regionais porque os países desenvolvidos resistiam em dividir informação científica com o resto do mundo. "Então, as Nações Unidas acharam por bem gerar conhecimento sobre o espaço entre os países sem tanta tradição na área espacial", esclareceu.

De acordo com Botelho, o fórum de agosto representa a primeira experiência do RCSSTEAP em organizar "uma reunião desse porte e dessa natureza fora da China". Já o Brasil deve retomar em 2017 o controle do Crectealc, alternado em períodos de quatro anos, prorrogáveis por igual período. "Instalamos o centro para América Latina e Caribe por aqui, em 2003, e, depois de oito anos, passamos ao México, que agora está nos devolvendo o comando", recordou. "Estamos nas tratativas para poder recebê-lo, porque isso envolve conhecer as atividades educacionais em andamento, de forma a não interrompê-las."

Para Botelho, a missão chinesa possibilitou uma convergência das ações dos centros regionais da Unoosa e da cooperação bilateral. "Brasil e China têm uma parceria histórica, que tem no programa Cbers [Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres] seu maior resultado", destacou. "Hoje, estamos elaborando um plano para a próxima década, que incluiria o Crectealc e o RCSSTEAP como elementos de capacitação de recursos humanos. Então, na verdade, existe uma integração de atividades antes isoladas."

Válido de 2013 a 2022 e aprovado pelo Congresso Nacional, o atual Plano Decenal Sino-Brasileiro de Cooperação Espacial foi assinado pela AEB e pela Administração Nacional do Espaço da China (CNSA), em Guangzhou.

Fonte: MCTI GOV
Publicado em: 12/05/2017