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Sex, Abr

Abstenção do Enem chega a cerca de 50%

Notícias EAD

Dados preliminares indicam que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano teve uma abstenção recorde de 51,5% informou neste domingo o ministro da Educação, Milton Ribeiro. A prova está sendo realizada em meio à pandemia de Covid-19. O maior índice registrado até então havia sido em 2009 (37,7%), quando o Enem passou a ser usado como porta de entrada para as universidades. Em 2019, a abstenção foi de 23%.

Dados preliminares indicam que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano teve uma abstenção recorde de 51,5% informou neste domingo o ministro da Educação, Milton Ribeiro. A prova está sendo realizada em meio à pandemia de Covid-19. O maior índice registrado até então havia sido em 2009 (37,7%), quando o Enem passou a ser usado como porta de entrada para as universidades. Em 2019, a abstenção foi de 23%.

— Este ano tivemos um número de abstenção maior. Parte pela dureza e pelo medo da contaminação. E parte também um trabalho de mídia contrário ao Enem muito grande, até injusta. Não foi o mesmo trabalho de mídia contra o exame da Fuvest em São Paulo — disse o ministro.

Segundo dados da pasta, 2.842.332 alunos não compareceram ao exame, enquanto 2.680.697 foram fazer a prova, apesar da pandemia. O ministro da Educação disse que foi uma edição vitoriosa, realizada para "não atrasar mais a vida de milhões de estudantes". Neste domingo, ocorreu a primeira parte da prova. Ela continuará no próximo domingo.

— Foi um sucesso. Se disséssemos que não teríamos Enem, isso seria um insucesso — avaliou.

Alexandre Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, disse que a alta taxa de participantes que não pagaram o exame também pode ter impactado na taxa de abstenção.

— Recorde de participantes de não pagantes. Esse incentivo pode ter levado esse aumento significativo de inscrições. Quase 700 mil participantes a mais do que em 2019. Isso pode ter levado a uma maior abstenção também. Não exclusivamente. São estudos que vamos fazer depois — disse, acrescentando que outros processos seletivos tiveram aumento significativo de abtenção.

Para a professora e ex-presidente do Inep Maria Inês Fini, a abstenção recorde era esperada, "provocada pela decisão infeliz de manter o exame":

— Se a gente pode fazer uma alegoria meio vulgar, essa é a 'crônica de uma morte anunciada'. No meio do desespero pelo isolamento, onde os alunos da escola pública mais vulneráveis não tiveram acesso nem a plataformas digitais, já tínhamos uma crise de aprendizagem que se agravou com a pandemia, tudo indicava que teríamos essa grande abstenção. É lamentável que isso tenha acontecido para um exame tão vitorioso para os jovens brasileiros. É lamentável que nós não tenhamos tido uma atitude do ministro da educação de adiar o Enem. Para esses 50% que não compareceram talvez o Enem fosse a única chance de acesso ao ensino superior. Só posso lamentar e torcer muito para que aqueles que foram não tenham sido contaminados, assim como os palicadores de prova.

Reaplicação
O presidente do Inep afirmou que pessoas com sintomas da doença podem solicitar a reaplicação da prova na página do órgão. Os que não puderam fazer o Enem neste domingo foram orientados a fazer o exame em fevereiro. Assim, eles não precisarão ir aos locais de prova no próximo domingo. Lopes destacou que, mesmo em anos anteriores, já havia a prática de reaplicar o Enem por questões de logística. A novidade agora é a Covid-19.

Segundo ele, 160.548 inscritos no Amazonas, 2.863 no município Rolim de Moura (RO) e 969 em Espigão D'Oeste (RO) não fizeram o exame. São locais onde decisões da Justiça suspenderam a realizam do Enem. Lopes afirmou ainda que houve 10.171 solicitações para não fazer a prova em razão da apresentação de sintomas de Covid-19, dos quais, foram deferidos 8.180.

Também houve 2.967 eliminado, por, por exemplo, levarem equipamentos proibidos. E 69 foram afetados por ocorrências logísticas, como emergências médicas, interrupção da eletricidade.

Sobre os relatos de alunos que não puderam fazer provas porque os locais já tinham máxima lotação respeitando as regras sanitárias para evitar a transmissão de Covi-19, o presidente do Inep disse:

— O que nós temos até agora é identificado situações, vamos apurar o que aconteceu, foram 11 locais de prova dos 14.447.

Segundo ele, são 11 escolas de Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Londrina (PR), Canoas (RS), Pelotas (RS) e Caxias do Sul (RS). Ele afirmou que o Inep orientou os aplicadores a preservar o distanciamento social, tentando alocar os estudantes em outras salas e, em última hipótese, a reaplicação. O presidente do Inep disse que nenhum local de prova foi interditado por questões sanitárias.

— A orientação sempre foi preservar o distanciamento, preservar as condições sanitárias. Então essa foi sempre a orientação. Em alguns casos, puderam ser reacomodados em salas da mesma escola, ir para sala reserva, e, em última situação, se necessário, ir para a reaplicação — disse Alexandre Lopes.

— É importante salientar que nenhum aluno será prejudicado. A partir do dia 25 de janeiro ele poderá solicitar a reaplicação. Ninguém será prejudicado — acrescentou.

Fonte: Extra Globo