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Qui, Abr

País pode perder até 4 anos de aprendizagem na educação básica em 2020

Notícias EAD

Pesquisa lista os desafios trazidos pela pandemia, como a falta de acesso à internet para alunos e estrutura das redes estaduais.

Pesquisa lista os desafios trazidos pela pandemia, como a falta de acesso à internet para alunos e estrutura das redes estaduais.

A pandemia pode levar o ensino fundamental brasileiro ao patamar de aprendizagem menor do que o atingido em 2015. Essa é a conclusão do estudo “Perda de aprendizado no Brasil durante a pandemia de Covid-19 e o avanço da desigualdade educacional”, encomendado pela Fundação Lemann e liderado por André Portela, economista e professor de Políticas Públicas da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP).

Portela explica que as estimativas elaboradas podem ter aumentado, visto que a análise foi até outubro e não levou em conta a evasão.

— Isso tudo pesa para ampliar a perda de aprendizagem na média do brasileiro — explica Portela.

Leia mais: Tempo na pandemia de estudo de adolescentes das classes mais altas é 64% maior do que dos pobres

Em 2015, os alunos brasileiros atingiram 252 pontos no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) no final do ensino fundamental. Quatro anos depois, na última avaliação realizada, a média subiu para 260. Em Matemática, o salto foi de 256 para 263.

Segundo a pesquisa, a perda no aprendizado em alunos do final do ensino fundamental poderá ser de até 9,5 pontos na escala do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em Língua Portuguesa e 7,9 em Matemática.

Assim, no pior cenário projetado pelo estudo, as médias de aprendizado do Brasil cairiam para 250 em Português e 255 em Matemática.

— As redes de ensino precisam fazer seus diagnósticos e o governo federal pode ajudar com programas nacionais, como compra de materiais e treinamento de professores — sugere Portela.

A perda de aprendizagem pesou diferente entre os estados. A pesquisa fez uma projeção do cenário intermediário e descobriu que, no Paraná, a perda de aprendizagem em relação a um ano típico foi de 27%, enquanto no Pará atinge 50% no ensino fundamental.

Diferentes realidades
A realidade do ensino remoto adotado em cada estado pode explicar o atual cenário. Naiff Sauaia, moradora de um bairro da periferia de Belém, passou 2020 vendo a agonia do filho, de 12 anos, sem aula. Arthur não teve nenhum tipo de atividade escolar entre março e dezembro, mesmo a família tendo acesso à internet.

Fonte: O Globo