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Sáb, Abr

Aulas virtuais durante a pandemia da covid-19: bom ou ruim?

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EAD Os estudantes passaram a depender da utilização total da internet para o acompanhamento de seus cursos durante a pandemia do novo coronavírus

EAD Os estudantes passaram a depender da utilização total da internet para o acompanhamento de seus cursos durante a pandemia do novo coronavírus

Em meio à situação de pandemia da Covid-19 que estamos vivendo, muitos de nós tivemos de nos readaptar a esta nova fase, incluindo empresas, estabelecimentos, unidades e corporações, tudo para continuarmos à ativa. Com as instituições de ensino não foi diferente. O ensino, antes presencial, passou a ser a distância, popularmente conhecido como EAD. Papel e caneta foram substituídos por computador e webcam, e as dúvidas tiradas em sala de aula passaram a ser esclarecidas por meio do chat online. Assim, os estudantes passaram a depender da utilização total da internet para o acompanhamento de seus cursos.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) estima que metade dos estudantes em todo o mundo, 850 milhões de crianças e adolescentes de 102 países, terão de ficar em casa por meses. Universidades de todo o mundo investiram em tecnologia da informação, passando a usar ferramentas que possam oferecer o aprendizado à distância. “A necessidade de distanciamento social acelerou o processo de transformação digital em diversas áreas, incluindo a educação. De uma hora para outra, alunos, professores e pais tiveram de se adaptar a uma nova rotina de estudos. Agora, ao invés do tradicional sistema presencial de ensino, as escolas e os alunos tentam se adaptar a um novo modelo de ensino”, diz a professora Thais Prates.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, a pandemia do novo coronavírus está mudando a forma como milhões de pessoas são educadas. Abriu-se uma brecha para que novas abordagens pedagógicas, com uso de tecnologias, sejam implementadas como alternativas às salas de aula fechadas. A especialista em redes sociais e mestre em educação, Mikie Magnere, sugere algumas dicas práticas para que professores e alunos mantenham a interatividade, enquanto o distanciamento social durar. “Os professores podem criar grupos das turmas no Facebook e no WhatsApp para trocar ideias, por exemplo. Além disso, podem usar as contas no Instagram para compartilhar vídeos e abrir lives para responder às dúvidas dos alunos.

Essas atividades vão aumentar a proximidade e a interação com os alunos. Outro recurso interessante são as ferramentas de gratuitas de videoconferência como o ZOON e GoogleMettings que podem ser utilizadas como sala de aula virtual”, sugere ela, que trabalha com redes sociais há mais de 14 anos. Em Birigui, a Secretaria Municipal de Educação passou a oferecer um “aplicativo”, com acesso a vídeo aulas ao vivo e gravadas, servindo como auxilio e complemento na aprendizagem das crianças enquanto as aulas permanecem de forma remota.

O aplicativo foi criado pelo sistema de ensino do Centro de Mídias de São Paulo, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação. “Estamos vivendo uma situação atípica, por isso, estamos trabalhando bastante e sempre buscando mecanismos para auxiliar nossos alunos na aprendizagem dentro desse novo modelo que é remoto”, comentou a secretária de Educação de Birigui, Iládia Cristina Marin Amadio. Em Araçatuba, no Unisalesiano, foi criado um Comitê Emergencial para acompanhar a situação e tomar medidas cabíveis para a comunidade acadêmica. A instituição manteve as aulas teóricas no sistema remoto e as aulas práticas dos cursos de saúde passaram a ser presenciais (com o limite de até 35% da capacidade conforme o Plano SP), com os acadêmicos tomando todos os cuidados de segurança e higiene dentro da faculdade e das unidades de saúde em que realizam estágios.

Quanto às aulas presenciais, antes de tomarem a decisão de retornarem com as aulas práticas, foi perguntado aos alunos se gostariam de permanecer com as mesmas e a maioria optou por continuar. O Unisalesiano fornece, constantemente, e com troca periódica, EPIS (Equipamentos de Proteção Individual) para serem utilizados por seus alunos dentro e fora da Instituição, e para aqueles que relataram dificuldades com o acesso a computadores, a instituição fez empréstimos de notebooks, prestando apoio quando algum problema nessa área é detectado. Em Minas Gerais, com a busca constante por aulas remotas, a startup Nubbi decidiu investir na sua nova modalidade ESD (Educação sem distância), que diferente do EAD, proporciona um ensino mais qualificado e sem barreiras. Fundada em 2019, só no ano passado a Edtech (termo usado para o desenvolvimento de Plataformas Tecnológicas e Experiências de Aprendizagem) conseguiu vender mais de 5 milhões em serviços e a previsão é que essa quantia chegue a casa dos R$ 15 milhões. Além de plataformas para ensino, a startup também oferece frentes e atendendo ao público B2B e B2C (negociações entre empresas e negociações entre empresas e consumidores, respectivamente).

OPINIÕES

Para a estudante de assistência social, Luana Clineia Isidoro Leite, ainda é difícil adquirir o mesmo rendimento nas aulas de forma online do que no modo presencial. “Sinto uma grande dificuldade, pois o fluxo da procura aumentou, e com isso a interlocução diminui, atrapalhando o meu rendimento e aprendizado, logo, porque sou uma pessoa questionadora e o curso por si só, pede isso”, opinou. Já para o estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Fatec de Araçatuba, Gabriel Parpinelli, o ensino EAD pode ter vantagens e desvantagens. “Como eu curso Análise e Desenvolvimento de Sistemas, existem matérias como programação e banco de dados que é preferível eu fazer em casa, em meu computador, checando vídeos, sites e materiais que estão disponíveis online, e isso facilita”, disse.

Questionado sobre o ensino, assim como Luana, Gabriel concorda que também não é da mesma forma como o presencial e aponta suas dificuldades. “Muitas pessoas não se ambientam estando sozinhas, ficando com dúvidas sobre algum assunto. Há, também, a questão dos professores e das provas, professores que muitas vezes não conseguem expressar completamente sua didática através de um vídeo online, e as provas, que passando a ser online, não lhe dão garantia alguma de aprendizado, já que na internet muitas vezes você pode encontrar as respostas”, disse o jovem. Manter a proximidade e o engajamento do aluno com a escola nesse período de crise é, realmente, um desafio que pais e professores devem encarar juntos ao redor do mundo.

Fonte: Folha da Região