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Ter, Abr

Ensino remoto força professores a buscarem soluções em meio a obstáculos

Notícias EAD

Professores da USP contam histórias de como foi a transição do ensino presencial para o remoto.

Professores da USP contam histórias de como foi a transição do ensino presencial para o remoto.

Sendo o isolamento social uma de suas formas de combate mais eficazes, a pandemia do coronavírus forçou, desde março de 2020, uma adaptação generalizada do sistema de ensino no mundo. Como resultado, grande parte dos estudantes passaram a ter aulas seguindo o Ensino à Distância, através do qual acompanharam provas, atividades e professores de dentro de casa.

As dificuldades apareceram para todos. Se por um lado nem todos têm acesso à internet de qualidade para assistir às aulas, por outro, os professores também enfrentaram obstáculos e foram obrigados a encontrar soluções rápidas para que a transmissão do conteúdo das aulas não ficasse defasado.

O professor Guilherme Weffort dá aula na Escola de Comunicações e Artes e pede para que seus alunos deixem a câmera desligada nas aulas, o que amplificaria a imersão dos encontros, usando o princípio da acusmática. “A acusmática é uma questão interessante do som, primeiro porque ele gera expectativa, segundo porque ele tem uma capacidade de transmissão muito maior”, relatou.

Ele também conta da dificuldade e do nível de exigência que uma transição tão abrupta para o meio virtual necessitou: “Quando você vai para um sistema online, eu fico pensando muito em um procedimento artístico. Um artista, quando ele vai fazer um processo, ele tem um estudo e uma referência de como ele quer que aquilo fique, porque ele tem um interlocutor ali que é o observador da obra de arte. Então a nossa transmissão de mensagens de formação de contextos filosóficos e tudo mais durante uma aula, a gente precisa se preocupar muito mais no antes da aula e em que ordem e em que consequências e que questões vão acontecer”.

Porém, não foram todos os professores que encontraram essa margem de manobra. No curso de Terapia Ocupacional na Faculdade de Medicina da USP, a professora Eucenir Rocha teve de paralisar a oferta de sua disciplina durante o ensino remoto. Ela ensina Práticas Corporais, por onde os alunos aprendem uma técnica de trabalho corporal voltada para pessoas com alterações neurológicas. Para isso, o estudante é orientado a partir do toque corporal em si mesmo e no outro. Segundo a professora, é uma disciplina 100% prática.

“Um ensino a distância é conteudista, o ensino presencial não é só conteudista, mesmo que o professor seja conteudista, porque a própria situação ela leva uma outra vivência e uma outra experiência do aprendizado que vai além do conteúdo posto na sala de aula. Com a pandemia, vamos ter que nos reinventar porque nós estamos num momento de silenciamento das pessoas também. É o silenciamento dessas possibilidades de expressões e encontros, e eu acho que é uma das coisa mais difíceis”, analisa Eucenir.

Fonte: Jornal do Campus USP