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Qui, Abr

Pesquisas sobre o cenário educacional mostram 2021 ainda difícil e repetem alertas

Notícias EAD

Desigualdade, ensino remoto, uso de WhatsApp nas aulas foram alguns dos pontos que marcaram esse período de pandemia.

Desigualdade, ensino remoto, uso de WhatsApp nas aulas foram alguns dos pontos que marcaram esse período de pandemia.

Entender o cenário da educação no Brasil e no mundo é o que possibilita que ações mais efetivas sejam realizadas. Após um ano de paralisação quase que total das aulas presenciais, em 2021, a educação continua a sentir os efeitos da pandemia este ano.

Separamos nesta publicação algumas das principais pesquisas sobre a rotina de professores e estudantes, além de questões relacionadas à infraestrutura das escolas que refletem os tempos, desafios e perspectivas para o presente e o futuro. Em comum, reiteram a necessidade de ações coordenadas para que mais crianças e jovens não abandonem a escola.

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A educação ao redor do mundo em face à covid-19
A ONG Human Rights Watch lançou recentemente um relatório a partir de entrevistas realizadas entre abril de 2020 e abril de 2021. Os resultados são muito semelhantes aos já previstos em outras pesquisas, mas de uma perspectiva mais global. Entre eles, está a diminuição do acesso à educação neste período, com crianças recebendo pouca ou nenhuma educação. Em grande parte, isso se deve a dificuldades de conexão e ao fechamento das escolas.

Alguns pontos alarmantes são levantados pela pesquisa. Em certos países, crianças não retornaram à escola quando foi possível porque ou começaram a trabalhar ou se casaram. O relatório aponta ainda questões além das relacionadas à conectividade ou modelos de aprendizagem. Acessibilidade, pobreza extrema e viver longe de grandes cidades também foram fatores apontados como dificultantes para o acesso dessas crianças à educação.

As sugestões apontadas pela ONG envolvem um comprometimento árduo com a educação a fim de solucionar problemas ocasionados pela pandemia. Como estratégias sugeridas aos governos, o texto aponta que o fechamento das escolas deve ocorrer apenas quando não houver outra possibilidade. Também é primordial garantir que as crianças recebam educação adequada, sobretudo aquelas que possuem algum tipo de deficiência.

Internet e infraestrutura ainda são entraves
Em 2020, entre os pontos que mais dificultaram o processo de ensino e aprendizagem nas escolas, destacam-se a conectividade e a infraestrutura. E a luta por acesso à internet continua neste ano letivo.

A pesquisa realizada pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), com apoio de Itaú Social e UNICEF(Fundo das Nações Unidas para a Infância), revelou que 78,6% das redes entrevistadas apontaram algum tipo de problema de conexão. Foram ouvidos 3.672 municípios.

Outro dado, também relacionado à conectividade, foi que 95,3% dos respondentes informaram que as atividades de 2020 foram majoritariamente concentradas em materiais impressos e WhatsApp.

O que pensam estudantes e famílias sobre educação não presencial?
3% dos estudantes entre 6 e 18 anos estão fora da escola. É o que aponta o relatório de percepção de famílias e estudantes em relação ao ensino remoto realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, DataFolha, Fundação Lemann e Itaú Social. O que soa alarmante neste estudo é que 2% desses alunos têm a possibilidade de não retornar à sala de aula.

Outro destaque é que houve migração do ensino privado para o público neste período. Por volta de 800 mil crianças e adolescentes saíram de escolas particulares e ingressaram em escolas públicas.

As áreas rurais concentram a maior porcentagem de pessoas que, mesmo recebendo atividades, não avançaram nos estudos e indicaram não se sentir motivados a continuar estudando (51%, contra 39% de estudantes de áreas urbanas). Dentro da parcela considerada como estudantes em risco, esse número chegou a 40% em contraposição aos 26% observados no início da pandemia.

O recebimento de atividades via WhatsApp segue em alta, representando 79% dos que responderam a pesquisa.

Houve um retrocesso ou estagnação quando se trata de índices de alfabetização. Metade dos que estão em processo de alfabetização continuaram no mesmo patamar onde já estavam ou “desaprenderam” o que já sabiam.

A percepção sobre o desempenho escolar também caiu. Antes 86% consideravam o desempenho escolar bom ou ótimo. Esse número foi reduzido para 59%, sendo este tópico um dos principais pontos de preocupação para os responsáveis.

A pesquisa também aborda dificuldades na aprendizagem e rotina, relação com as famílias e crença no propósito da educação.

Confira a pesquisa completa

Juventudes e Pandemia – 2ª edição
A segunda edição do relatório nacional que tenta traçar um panorama de como estão os jovens brasileiros durante a pandemia de covid-19 entrevistou 68 mil pessoas de todas as regiões do país e traz novos dados sobre saúde mental, renda e trabalho, educação e vida pública.

Os dados da pesquisa servem como norteadores no momento de pensar estratégias de enfrentamento dos impactos causados pela pandemia. Dentre as descobertas da pesquisa, há fatores relacionados à ocupação, por exemplo, indicando que a proporção de jovens que não trabalham nem estudam aumentou, indo de 10% em 2020 para 16% em 2021. Outros dados também revelam que o principal ato de autocuidado dos jovens é fazer exercícios físicos, e 6 a cada 10 respondentes afirmaram já ter passado por algum quadro de ansiedade.

Para ter acesso à pesquisa completa

Desafios do presente e do futuro
A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) pontuou que as desigualdades sociais podem ter sido aprofundadas neste período de pandemia dados os diferentes contextos de atuação e dificuldades do ensino remoto. Em parceria com o Todos Pela Educação e o Itaú Social, o relatório apresentado pela instituição ressalta que, apesar dos avanços obtidos nos últimos anos, muitos deles conseguidos devido às políticas públicas implementadas, o Brasil terá dificuldades se não prestar atenção na desigualdade educacional.

Além das dificuldades encontradas num espectro socioeconômico, os desafios apontados também passam por questões de gênero, raça e território.

Outro aspecto da análise revelou que esse cenário de desigualdade leva mais negros e pardos a deixarem a escola para poder trabalhar:25% de negros e pardos não estavam na escola em 2019 (Contra 17% de brancos).

Fonte: Porvir