O retorno das aulas presenciais na rede municipal é alvo de críticas em nova avaliação do governo municipal, feita por grupo de ativistas. O documento que circula nas redes sociais questiona a decisão de trazer os alunos de volta às escolas em meio ao avanço da variante Delta e sem o esquema de imunização contra a Covid-19 finalizado para a maioria dos professores, o que poderia abrir caminho para uma terceira onda mais letal da pandemia em Uberaba.
O retorno das aulas presenciais na rede municipal é alvo de críticas em nova avaliação do governo municipal, feita por grupo de ativistas. O documento que circula nas redes sociais questiona a decisão de trazer os alunos de volta às escolas em meio ao avanço da variante Delta e sem o esquema de imunização contra a Covid-19 finalizado para a maioria dos professores, o que poderia abrir caminho para uma terceira onda mais letal da pandemia em Uberaba.
A ex-secretária municipal de Educação, Silvana Elias, e, também, a ex-presidente da Fundação Cultural de Uberaba, Sumayra de Oliveira, estão entre os nomes que assinam o texto. Ambas integraram o governo do ex-prefeito Paulo Piau (MDB).
O documento aponta que o retorno das aulas presenciais poderá ser “uma tragédia anunciada” entre os estudantes e abrir caminho para uma “possível terceira onda mais letal” da pandemia, tendo os menores de idade como vítimas em potencial devido à aglomeração nas escolas.
Além disso, o ofício aponta que o município ainda não apresenta as condições adequadas para a oferta de ensino híbrido porque não houve investimentos no setor de tecnologia educacional, na capacitação dos profissionais e nem ação efetiva de busca ativa dos alunos. Pelo texto, a situação pode comprometer o alcance da meta para que os alunos concluam o Ensino Fundamental.
Também foi cobrado que o município se organize para investir o necessário no processo de alfabetização no período pós-pandêmico. Segundo o documento, foi constatado que ainda não aconteceram ações pedagógicas para o atendimento das séries iniciais do Ensino Fundamental e para a reorganização das turmas de forma articulada com a Pré-escola. “Os alunos das turmas de 5 anos em 2020 chegam ao primeiro ano do Ensino Fundamental em 2021 com 16 meses sem aulas presenciais. Isso pode comprometer o desempenho escolar nas séries iniciais”, continua o texto.
O transporte escolar reduzido foi outro fator contestado no ofício, argumentando que o número de veículos disponíveis não seria suficiente e isso poderia prejudicar especialmente os estudantes de unidades localizadas na zona rural. A falta de Equipamentos de Segurança Individual (EPIs) para os professores também foi apontada no documento.
O ofício traz, ainda, cobranças para o setor cultural. Conforme o texto, não houve nenhum plano para minimizar os impactos da pandemia para o segmento e não há perspectiva de um plano de amparo aos profissionais do setor ou um planejamento de retomada das atividades. “Os profissionais do setor estão recebendo cestas básicas, doadas por empresas com o intermédio da Prefeitura, o que não pode, de forma alguma, ser considerado uma política pública para a nossa classe”, finaliza o documento.
Outro lado. Em nota, a Prefeitura posicionou que a volta gradual às aulas presenciais é uma realidade no país e foi democraticamente discutida e planejada, inclusive com a participação do Ministério Público. O texto também ressalta que o retorno foi organizado sem aglomeração e com todos os cuidados de biossegurança. A administração ainda ressalta que, havendo necessidade, as aulas voltarão integralmente ao modelo remoto.
Em relação ao setor cultural, o governo municipal informa que está concluindo o Plano de Retomada Econômica que propõe, entre outras ações, medidas para atender o setor de eventos, mais atingido nesta pandemia.
Quanto aos questionamentos feitos no documento que circula nas redes sociais, a Prefeitura informa que está analisando detalhadamente os itens citados e irá responder pontualmente assim que possível.
Fonte: JM Online
