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25
Qui, Abr

Desafios na educação pós-pandemia

Notícias EAD

A necessidade de recuperar os enormes prejuízos da aprendizagem exigirá uma abordagem mais complexa.

A necessidade de recuperar os enormes prejuízos da aprendizagem exigirá uma abordagem mais complexa.

Entre as sequelas sociais da pandemia, uma das que demandará maior atenção do poder público e da sociedade, sem dúvida, está na educação. Não apenas em relação à defasagem no aprendizado, mas pelo risco das consequências de uma grande evasão escolar. Reportagem exibida na sexta-feira pelo Jornal do Almoço, da RBS TV, mostrou que cerca de 60% dos alunos da rede pública estadual já retornaram às aulas presenciais, quatro meses após a autorização do Piratini para a volta às classes. Ou seja, há ainda um percentual significativo de estudantes que permanecem na modalidade online. Ou, pior, podem ter abandonado os cadernos.

É preocupante a informação de que cerca de 30 mil alunos não estão participando de qualquer tipo de aula, o que está levando a Secretaria de Educação do Estado a empreender uma busca ativa a estas crianças e adolescentes. A evasão, consequência do afastamento dos colégios no período mais crítico da crise sanitária, tem efeitos negativos não apenas para os próprios alunos e seu futuro, mas para a sociedade, também pelo déficit de socialização, especialmente das crianças do ensino infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental. O abandono da escola fará com que sejam cidadãos com menos oportunidades quando chegarem à vida adulta. Com baixa instrução, serão brasileiros sem as melhores noções de seus direitos e menos produtivos na vida laboral, o que ao fim e ao cabo afeta a economia.

A necessidade de recuperar os enormes prejuízos da aprendizagem exigirá uma abordagem mais complexa
Ao mesmo tempo, a necessidade de recuperar os enormes prejuízos da aprendizagem exigirá uma abordagem mais complexa, pelos diferentes graus de defasagem, e a elaboração de metodologias assertivas que ajudem a superar o atraso em relação aos conteúdos. Nesse contexto, cresce ainda mais a relevância dos professores, valorizados e comprometidos com sua missão de promover desenvolvimento humano. Uma das transformações herdadas da pandemia é o maior uso da tecnologia, fator em que a escola pública, na maior parte dos casos, tem maiores dificuldades em relação às instituições privadas, seja por questão de recursos ou burocracia. Os alunos, da mesma maneira, não têm em casa o mesmo acesso a internet e a equipamentos adequados, como é observado nos lares dos estudantes de escolas particulares. Esta disparidade aumentou o abismo que já existia na aprendizagem e precisa ser atacada pelo poder público.

No final do mês passado, cerca de 45 mil estudantes de 500 escolas do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental, e do 3º ano do Ensino Médio, participaram de uma avaliação amostral para o Estado ter uma estimativa mais acurada do quanto os alunos deixaram de aprender. Com os resultados, será possível elaborar estratégias mais precisas para começar a contornar as deficiências e emparelhar o nível de aprendizagem com a rede privada. É algo essencial para formar cidadãos que poderão ter melhores oportunidades no futuro. É por meio de uma educação de qualidade que o país poderá combater a chaga da desigualdade.

Fonte: Gauchzh