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20
Sáb, Abr

Ensino a distância deve ganhar força nas Universidades públicas após a pandemia

Notícias EAD

Por mais de um ano, os estudantes do ensino superior brasileiro estão divididos entre o ensino remoto e o ensino a distância, mas aos poucos estão retomando as atividades presenciais. Os modelos virtuais, que geram muitos debates entre educadores e pesquisadores, já começam a ser vistos com melhores olhos e alguns especialistas já apontam uma possível consolidação de um modelo de educação híbrida em um futuro breve, seguindo os ensinamentos que a pandemia trouxe em tentativas de aprimorar as experiências educacionais. A ampliação do EAD nas universidades públicas também já se tornou pauta neste cenário.

Por mais de um ano, os estudantes do ensino superior brasileiro estão divididos entre o ensino remoto e o ensino a distância, mas aos poucos estão retomando as atividades presenciais. Os modelos virtuais, que geram muitos debates entre educadores e pesquisadores, já começam a ser vistos com melhores olhos e alguns especialistas já apontam uma possível consolidação de um modelo de educação híbrida em um futuro breve, seguindo os ensinamentos que a pandemia trouxe em 

Na teoria, uma maior oferta de cursos a distância nas universidades públicas brasileiras tende a facilitar o acesso aos cursos superiores, principalmente para os moradores de cidades que não são contempladas por instituições superiores de ensino. No entanto, a desigualdade digital que assola o Brasil faz com que todas essas facilidades sejam rapidamente refutadas, pois ainda assim o acesso ficaria limitado.

Também pesa contra a ampliação do modelo do ensino a distância o percentual de desistência entre os estudantes matriculados nos cursos oferecidos online. O Censo Nacional da Educação Superior de 2019 apontou uma taxa de 63% de evasão. Esses dados deixam explícito que uma eventual transição para o mundo digital não pode ser feita apenas no intuito de fornecer o acesso a fim de aumentar os número e alertam para a necessidade de políticas que garantam a permanência dos estudantes nos cursos superiores em EAD, o que, mais uma vez, esbarra nas desigualdades socioeconômicas.

 

Outra ressalva importante é que as discussões sobre a formulação de um plano para expandir o EAD no ensino público superior brasileiro partem do Ministério da Educação do governo Bolsonaro. Sabendo disso, também é possível desconfiar de uma justificativa com o alvará das transformações tecnológicas para um corte de gastos ainda maior nas universidades públicas. Com a diminuição do valor repassado para as universidades durante a pandemia, algumas instituições brasileiras só não fecharam as portas por conta da adoção do ensino remoto, o que diminuiu drasticamente os gastos operacionais dos câmpus universitários.

O cenário é propício para que este assunto seja aceito com naturalidade, sem maiores questionamentos. Uma pesquisa feita pela AMPES, entidade que reúne instituições do ensino privado brasileiro, apontou que houve um aumento de 59% nos cursos EAD entre 2020 e 2021. Esse movimento não ocorre apenas no ensino superior. Dados do portal Metalecture indicam um crescimento de 127% nas buscas virtuais por cursos online logo no início da pandemia.

Fato é que, devido à conjuntura atual, as portas estão abertas tanto para as oportunidades, quanto para as perversidades potenciais do ensino a distância. Por isso, é preciso cuidado para que a implantação do EAD não seja feita na base do discurso que prega que essa é uma evolução natural no modelo educacional, mas sim sob amplos debates interdisciplinares que levem em conta a maior quantidade possível de atores envolvidos na eventual transformação.

Fonte: Brasil 247