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Ter, Abr

Educação à distância, uma ferramenta que o Brasil poderia usar melhor

Notícias EAD

Ontem ao invés de gastar a maior parte da minha noite lendo e comentando discussões no Observador Político estava furiosamente interagindo com um outro site: o curso de inteligência artificial de Stanford.

Eu me inscrevi e completei ontem o dever de casa que precisava ser entregue até hoje. Ainda bem que fiz ontem, porque hoje o site até caiu de tantos acessos (e dizem que brasileiros é que deixam tudo pra última hora!). Os inscritos que não estão oficialmente inscritos em cursos de Stanford não vão receber um diploma mas, se passarem, receberão uma carta assinada pelos professores indicando que completaram o curso e suas notas.
Além do curso de inteligência artificial Stanford disponibilizou 2 outros cursos para que qualquer interessado se inscreva: um curso de banco de dados e um curso de machine learning. Disponibilizar material para que a sociedade se beneficie do que é produzido e ensinado nas universidades não é monopólio de Stanford. O MIT disponibiliza muito, muito, material interessante na Internet, como o histórico curso de programação chamado “Estrutura e Interpretação de Programas de Computador“, ministrado ainda na década de 80 por dois gênios.
O Brasil não fica de fora não, também! Em 1999 eu comecei a aprender a programar sozinho seguindo o curso de programação em C que o departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais ministrou online até 2005 e cujo material ainda continua disponível. Computadores e programação são a minha área e eu devo tudo que eu sei a material encontrado online, especialmente o curso de C da Elétrica da UFMG, que me iniciou nesse caminho. Talvez por isso,  como vocês podem ver, computação monopoliza todos os exemplos que eu tive pra dar. Alguém conhece exemplos de outras áreas em que as universidade estejam disponibilizando cursos pela Internet para que a sociedade em geral participe ou isso ainda é algo restrito à computação?
A Internet traz consigo a possibilidade de tirar as barreiras espaciais do aprendizado. O Brasil, se fizer investimentos adequados, pode aproveitar muito melhor sua capacidade em diversas áreas do conhecimento. Há muito potencial a ser explorado se se direcionar uma parte do investimento para iniciativas como essas. Já pensou em estudar Ciência da Computação com UFMG e Unicamp, duas das mais conceituadas universidades da área pela Internet, mesmo estando matriculado em outra e, quem sabe, até mesmo receber créditos por isso para seu curso? Ou estudar matérias de Relações Internacionais pela UNB e pela PUC Minas, mesmo estando em Porto Velho, bastante longe das duas?
Taí uma ideia de inovação para o Ministério da Educação; será que o Brasil topa liderar essa onda e usar o poder da Internet para interligar suas universidades? Suspeito que se não for agora vamos daqui a alguns anos estar conversando a respeito de importar essa ideia dos EUA e da Europa.

Fonte: Observador Politico.

 

Blog do Gustavo Noronha