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Sáb, Abr

O crescimento da EAD

Notícias EAD

Nos últimos anos, tem-se verificado um crescimento considerado de cursos superiores na modalidade a distância, em contrapartida, alguns cursos no mesmo nível e oferecidos de forma presencial têm apresentado um decréscimo, inclusive com muitas universidades, em especial as particulares, não conseguindo formar turmas em determinadas áreas do conhecimento.

Esse crescimento se deve a vários fatores. No caso da EAD, há flexibilidade nos horários de estudo; não existem problemas de deslocamento que resultam na perda de tempo, muito comum nas grandes cidades; os preços mais acessíveis, dentre outros.

Esse crescimento já vem se refletindo na formação de alguns profissionais. Segundo números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o país tem formado mais professores para a educação infantil e para o fundamental I por meio do ensino a distância do que de forma presencial. Dos estudantes que obtiveram as habilitações citadas em 2009, 55% graduaram-se por EAD, enquanto que 45% fizeram-nas através da educação presencial.

Da mesma forma, de 2005 a 2009, o percentual de estudantes que concluíram o curso superior no modelo presencial caiu quase 50%, por outro lado, os formandos por EAD cresceu 464%. O resultado confirma o que na prática já vem sendo observado: o crescimento da EAD e o decréscimo da educação superior presencial.

Não há aqui a intenção alguma de fazer propaganda em prol da EAD, bem como de denegrir a educação presencial. As duas modalidades têm suas peculiaridades, aspectos favoráveis e desfavoráveis e atendem, pelo menos até o momento, públicos diferentes. Da mesma forma, há cursos que, por enquanto, podem ser oferecidos na EAD e outros não.

Apesar do crescimento considerado, ainda há vários mitos sobre a EAD, um deles é com relação à qualidade do ensino. Muitos têm dúvidas em fazer um curso superior na modalidade a distância, pois a ausência de um professor e de colegas num mesmo espaço físico, como rege a tradição, dá um certo temor e põe em xeque a qualidade.

Daí, surgem as mais variadas afirmações, como: "Se com professor presente já é difícil, sem o professor ali, do meu lado, é mais difícil ainda";  "Eu não tenho disciplina, por isso não conseguiria fazer um curso a distância";  "Educação a distância não tem qualidade".  Há até frases absurdas, do tipo: "O governo quer acabar de vez com a profissão de professor".

Tudo isso é resultado da falta de informação e de conhecimento. Da mesma forma como podem existir cursos a distância de péssima qualidade, também pode haver cursos no formato presencial sem as mínimas condições para uma boa formação profissional. Uma boa qualidade de ensino não está relacionada diretamente à modalidade pela qual é oferecido, mas sim a um conjunto de fatores, como formação dos docentes, didática de ensino, recursos disponibilizados pela instituição que possibilitem o ensino e a aprendizagem e o interesse do estudante, dentre outros. De nada adianta uma instituição ter os melhores profissionais, disponibilizar os mais diversificados recursos pedagógicos, especialmente as novas tecnologias de informação, se o estudante não tiver empenho, dedicação e motivação para aprender.

Da mesma forma como o MEC fiscaliza os cursos na modalidade presencial, por meio de visitas periódicas às instituições, para averiguar a infraestrutura física, quadro de profissionais e currículo, dentre outras, e através da realização de exames externos, assim também o faz com os cursos na modalidade a distância.  O desempenho em processos seletivos e dentro da sua área é que vai permitir um raio x acerca da qualidade dos cursos nas duas modalidades, apesar de ser importante reafirmar que não é modo como o ensino é oferecido que vai implicar na qualidade, mas sim em outros fatores, alguns já citados neste espaço. Por outro lado, o ritmo do crescimento também exige maior fiscalização por parte dos órgãos responsáveis, a fim de que a boa qualidade seja mantida.

Marcelo Gama é professor, especialista em Educação Inclusiva e em EAD e pós-graduando em Mídias na Educação.
Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.