Nos últimos quatro anos, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a abertura de 1.012 polos de ensino a distância, sendo mais da metade em 2015. O grupo Objetivo/Unip foi o mais beneficiado com 224 polos, seguido da Kroton com 202 novas unidades, segundo levantamento realizado pelo Santander.
Com a distribuição de mais de 1 mil polos, 62 faculdades entraram no mercado de ensino a distância, aumentando a competição para os grandes grupos.
A Kroton vai enfrentar concorrência direta com a Unip em 68 cidades. Para a Estácio, a disputa será maior em 22 municípios, que representam 47% do total de alunos de ensino a distância. "Atribuímos essa sobreposição à estratégia da Estácio de se concentrar em grandes cidades. Players locais como a Unijorge [da Bahia] estão entre os novos competidores", informam os analistas do banco Santander, Bruno Giardino e Leonardo Olmos, em relatório.
Os grupos educacionais regionais são vistos como concorrentes fortes nesse mercado de ensino a distância, uma vez que a marca funciona como uma chancela numa modalidade de curso que é virtual.
Na cidade de São Paulo, a Uninove e a Unicid têm, respectivamente, 16% e 15% de participação no segmento de cursos on-line. Já a Kroton e a Estácio têm fatias de 6% e 3%. Outro exemplo é no município de Mogi das Cruzes (SP), onde a Universidade Braz Cubas detém 39% do mercado, contra 21% da Kroton.
Apesar da maior concorrência, os dois analistas observam que o mercado de ensino a distância ainda está concentrado nas mãos de poucos grupos.
Do total de 1 mil novos polos, metade foi destinada às cinco maiores instituições do país: Kroton, Objetivo/Unip, Estácio, Uninter e Uniasselvi. Esta última pertencia à Kroton e foi comprada pelo Carlyle no ano passado.
A Kroton passa a ter polos em 106 cidades em que não atuava e a Estácio abre polos em 55 novos municípios. "Acreditamos que a entrada nesses novos mercados possa ajudar a compensar uma eventual pressão de concorrentes em cidades em que Estácio e Kroton já têm operações de EAD", segundo relatório do Santander.
A liberação de novos polos é comemorada pelo setor, uma vez que em 2008 o MEC fechou várias unidades e a abertura de polos estava congelada. Por isso, as instituições que tinham muitos polos foram vendidas por valores milionários nos últimos anos. Em 2014, havia 1,3 milhão de matriculados, alta de 16% em relação a 2014.
Fonte: Valor
Publicado em: 04/02/2016
