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Sex, Maio

Estudantes se rendem a nova forma de aprender

Notícias EAD

Entenda como a tecnologia, aliada a outras propostas educacionais, está revolucionando os meios de se qualificar e de se obter conhecimento a distância

Estudar nas maiores universidades do mundo sem sair de casa, desenvolver o empreendedor que existe em você, aprender a lidar com os dilemas do cotidiano ou simplesmente abrir a cabeça para todas as outras coisas que nenhuma escola tradicional ensina. Tudo isso já é possível graças a uma leva de instituições de ensino ousadas e independentes, que têm usado tecnologias e métodos inovadores para levar todo tipo de conhecimento a qualquer parte do mundo.

O Ensino a Distância (EAD) não é exatamente uma novidade no Brasil, mas esse método de aprendizado remoto vem ganhando mais fôlego a partir da propagação em massa da internet. Todo esse movimento, segundo a diretora da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Rita Tarcia, faz com que esse mercado educacional não mais seja visto como uma tendência – e, sim, uma realidade.

“Vivemos em um mundo globalizado, e, em um cenário de tecnologias, acredito que a educação a distância se destaca por tentar responder a esse contexto mundial. Por isso, o EAD tem um papel importante no repensar da própria educação presencial não só em relação aos conteúdos e aos currículos, mas também em relação ao uso das tecnologias e à democratização da disseminação e do acesso ao conhecimento”.

Mergulhando nesse universo, é possível encontrar, por exemplo, a Future Learn – um canal que oferece cursos online gratuitos de renomadas universidades do mundo ao alcance da palma da mão, por celulares e tablets. Os mais de 3 milhões de alunos desde 2013 dão uma ideia de como esse mercado está sendo visto e aceito, mas ainda é preciso ultrapassar algumas barreiras.

“Os desafios sempre vão existir por dois motivos: o primeiro porque a nossa história é dinâmica, e a todo momento somos chamados a repensar as profissões que surgem; e o segundo porque vejo essa necessidade de responder a essas mudanças tão próprias do tempo atual, por exemplo, a tecnologia”, pontua Rita.

Conheça outros exemplos de cursos disponíveis.

MIT e Harvard: cursos online grátis
As duas melhores universidades do mundo, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e Harvard, ambas sediadas nos Estados Unidos, oferecem desde 2012 cursos online gratuitos, por meio de uma plataforma conjunta na internet de ensino a distância – edX. O objetivo da proposta é tentar aumentar o acesso à educação de qualidade para o maior número de pessoas, em todos os lugares. Com mais de 90 parceiros globais, a plataforma também está aberta a atender outras demandas. Dessa forma, qualquer instituição brasileira que se interessar por algum dos cursos disponíveis poderá solicitar a tradução do conteúdo sem nenhum custo. Os temas são variados e englobam diversas áreas do conhecimento, como literatura, tecnologia, história, ciência da computação, línguas, engenharia, psicologia, escrita, eletrônica, biologia, marketing, entre outros. Cursos disponíveis pelo site www.edx.org/course.

Estímulo a miniempreendedores
Giovanna Lamego tem apenas 11 anos, mas já pensa em abrir uma escola de dança no futuro. Estimulada pela mãe, ela começou, há pouco mais de um mês, a frequentar aulas semanais de empreendedorismo, em Belo Horizonte. “O que mais me chamou atenção e me atraiu no curso foi o jeito de mostrar como podemos administrar o nosso dinheiro e como colocar as nossas ideias em prática. Além disso, as aulas são bem diferente porque assistimos a muitos vídeos”, conta.

Giovanna e a irmã, Isabela, estudam na EnterprisingUP – Academia de Ideias, uma escola de empreendedorismo e inglês para crianças e jovens. Nos encontros, os miniempreendedores de 4 a 18 anos são estimulados a empreender por meio de dinâmicas e jogos lúdicos para que aprendam desde cedo comportamentos, valores e atitudes de sucesso.

Muito se fala de empreendedorismo na vida adulta, e muitos acreditam que essa é uma competência nata da pessoa, mas, segundo o diretor pedagógico da EnterprisingUP, Breno Guimarães Lima, na verdade, o empreendedorismo é algo que pode ser aprendido. “A nossa ideia é baseada em modelos de ensino norte-americanos bem-sucedidos que buscam dar espaço para que a criança e o adolescente deixem esse seu lado inovador e criativo aflorar e não sejam podados, como acontece na educação tradicional. Hoje o ensino foca muito as matérias que vão ser cobradas nos vestibulares e deixa de trabalhar coisas muito importantes para que o aluno se torne um adulto preparado para os obstáculos e outros problemas da vida”, afirma.

No curso de empreendedorismo são abordados conteúdos ligados ao autoconhecimento, trabalho em grupo, criatividade, marketing, liderança, educação financeira, entre outros. O curso funciona em módulos e acontece durante duas horas por semana.

“É bem dinâmico, trabalhamos com atividades mais lúdicas que deixam a criança e o adolescente mais à vontade, dando voz ativa ao aluno”, completa Breno Guimarães Lima.
Informações: www.enterprisingup.com.br

Desafio é enfrentar resistência e entender novos papéis
Para tornar o assunto ainda mais corriqueiro e afastar os fantasmas que cercam o tema da educação a distância e dos conteúdos que fogem ao ensino tradicional, a diretora da Abead, Rita Tarcia, acredita que é somente por meio do crescimento de mais modalidades diferentes que as pessoas vão enfrentar essa resistência.

“Só assim as pessoas vão começar a buscar aqueles processos que estão mais direcionados a suas características, necessidades e perfis. Quando falamos em EAD, olhamos os atores com outra visão, e, por isso, aqueles mais acostumados com o modelo presencial precisam se aproximar para serem capazes de fazerem suas escolhas. Essas mudanças de papel do professor e do aluno também fazem parte da dinâmica de transformação”, afirma Rita.

Para Bel Pesce, o mundo da educação online ainda está engatinhando. “Tudo o que existe no mundo online demora um pouco para realmente ter sido feito para o mundo online. Ele copia o mundo offline”, diz.

Plataforma para ensinar e aprender
O Cinese serve para promover encontros entre pessoas cheias de vontade de dividir seus conhecimentos, habilidades e experiências. A ideia é a de que qualquer um pode aprender qualquer coisa, com qualquer pessoa e em qualquer lugar. Para isso, a ideia funciona pelo modelo de plataforma digital de crowdlearning – segundo a qual todo mundo tem alguma coisa para ensinar e para aprender e que o conhecimento pode ser compartilhado sem burocracia. Por lá já foram realizados 1.746 encontros entre os mais de 15,7 mil usuários cadastrados. Qualquer um pode se inscrever pelo site sem nenhum custo e, a partir de então, revelar ou descobrir novos saberes. Não há nenhuma restrição quanto ao formato ou ao tema dos encontros. A única exigência é que reúna ao menos dois participantes, além do proponente. Porém, para ajudar a manter o site funcionando, as pessoas podem colaborar com cotas a partir de R$ 15.

Fonte: O Tempo
Publicado em: 21/03/2016