fbpx

Sidebar

19
Dom, Maio

Instituições vão apostar em EAD, dizem analistas do mercado

Notícias EAD

Potencial de crescimento das matrículas em cursos a distância e retirada de incentivos federais a cursos presenciais estão entre os motivos

A educação a distância será uma aposta das grandes empresas de educação no país em 2016. Essa é uma avaliação de relatório escrito por dois analistas do banco de investimentos BTG Pactual, Rodrigo Gastim e Gustavo Cambauva.

Segundo o relatório, que investiga a situação das empresas Kroton, Estácio e Ânima, "o setor educacional agora deve apostar o crescimento da rentabilidade na evolução da educação a distância", conforme divulgado no site O Financista.

Um dos motivos para se investir em EAD, em vez do investimento na metodologia presencial, seria a retirada gradual dos incentivos federais, com o freio que o governo federal vem dando a opções de investimento como o Fies, por exemplo.

A leitura dos balanços das empresas de educação ajuda a entender esse cenário de maior aceitação da EAD. Segundo o balanço da Estácio, "devido à deterioração do cenário macroeconômico e das limitações ao Fies, é possível observar um aumento da participação dos cursos de ticket médio mais baixo", o que beneficia muito a EAD.

O ticket médio (o valor de uma mensalidade) dos cursos de educação a distância variam entre 25% a 35% do valor do ticket médio de um curso presencial, ou seja, são bem mais atraentes em momentos de crise. Além disso, no balanço da Kroton lê-se que a crise não elevou os índices de evasão, que em alguns recortes até diminuíram, o que "reforça a percepção do valor atribuído à Educação".

Há, portanto, até margem para o aumento das mensalidades em EAD, mas o projeto das empresas não parece ser crescer em faturamento por aí, e sim com o aumento orgânico do número de alunos. Na reunião de apresentação do balanço, na semana passada, executivos da Kroton afirmaram que o reajuste do ticket médio para EAD na empresa não superará e poderá ficar até abaixo da inflação em 2016.

De fato, o valor das mensalidades para cursos a distância tem caido. Na Kroton, por exemplo, cairam 5,4% na comparação entre o segundo semestre de 2015 e o mesmo período de 2014.

Paulo Presse, coordenador de estudos de mercado da Hoper Educação, consultoria especializada na área, analisa que está havendo uma migração do aluno que seria típico do Fies, para aproveitar essa grande diferença de preços, mas alerta que "esse novo aluno pode não ser o aluno típico da EAD, ou seja, não tão maduro, o que pode gerar posteriormente maior evasão".

EAD VIROU ESTRATÉGIA

Além disso, nas instituições educacionais não tão grandes, e por isso mais ágeis para alterar suas estruturas, como Claretiano e Unicesumar, a educação a distância vem se convertendo rapidamente em uma estratégia estrutural. Elas têm a vantagem de contar com uma penetração regional bem maior do que as grandes instituições, o que facilita a inovação.

"Esses players estão apresentando soluções muito interessantes que oferecem aos alunos opções em vários níveis em que eles podem jogar com a metodologia que for melhor, podem optar por fazer o curso de um jeito ou de outro, ou ingressar e depois optar, podem fazer blended learning etc. São muitas as alternativas, e isso está fazendo cair a rejeição que antes havia sobre EAD", afirmou Paulo Presse, da Hoper.

Presse também lembra que as grandes instituições já lançam mão da EAD para diversificar seu portfolio, oferecendo opções como as de cursos preparatórios para concursos, educação básica, cursos de línguas etc. Para ele, "é inevitável que todas as instituições de ensino superior venham a oferecer alguma opção na metodologia a distância. Quem não fizer isso corre o risco de perder o aluno para quem está fazendo".

Fonte: Ache Seu Curso
Publicado em: 24/03/2016