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29
Seg, Abr

Ao contrário da educação presencial, EAD vai acelerar nos próximos anos

Notícias EAD

Haverá crescimento de 10% a 15% ao ano no setor privado até 2018. Número de polos crescerá 130%. São resultados de estudo setorial da Hoper para a Ilumno

O momento é de grande crescimento para a educação a distância no Brasil, pelo menos no setor privado, ao contrário do que acontece com a educação presencial. Essa é uma das conclusões de um estudo do mercado educacional brasileiro realizado pela consultoria Hoper Educação, especializada nesse ambiente, para a Ilumno, uma das maiores organizações de gestão e serviços para o ensino superior privado na América Latina e dona, no Brasil, das universidades Veiga Almeida e Unijorge.

Segundo o estudo, haverá um crescimento anual de 10% a 15% no número de novas matrículas na educação a distância privada entre os anos de 2015 e 2018. Entre os anos de 2010 e 2014, o crescimento já tem sido grande de 12,58% ao ano. Na educação presencial, deverá acontecer uma evolução em outro sentido, com queda de 11% no período até 2018.

Além disso, o estudo avalia o ritmo de aprovação de novos polos de apoio presencial em instituições de EAD e a demanda de pedidos apresentados ao MEC para estimar que o número de polos deverá crescer 130% até 2017 (hoje há cerca de 3 mil polos credenciados, e em 2017 serão mais de 7 mil).

Entre os motivos apontados no estudo para esse crescimento da EAD, além das vantagens típicas da metodologia, como a flexibilidade de tempo e local e do preço (alguns cursos chegam a ser até 70% mais baratos que os similares presenciais), o estudo aponta o fato de que cursos a distância não dependem de modalidades de financiamento governamental como o Fies, grande motor da educação privada, porém em momento de contenção e proibido para cursos a distância, além do crescimento do número de instituições de ensino superior oferecendo a modalidade EAD e a qualificação crescente dessas instituições para apresentar a metodologia.

Na entrevista exclusiva concedida à revista Ache Seu Curso e ao Observatório EAD, reproduzida abaixo, o presidente da Ilumno no Brasil e reitor da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Arlindo Cardarett Vianna (foto), comenta esses dados e uma caraterística interessante na comparação das duas metodologias (presencial e a distância) no mercado brasileiro com relação à concentração. O estudo verificou que o ensino presencial privado é altamente descentralizado ou diluído, com mais de duas mil instituições de educação privada no Brasil, 83% destas são de pequeno porte (até3.000alunos), tendo 27,2% de market share Brasil. Já no ambiente da educação a distância, existem 92 IES privadas ao todo, sendo que 64 delas são de pequeno porte e possuem 4,0% dos alunos privados dessa modalidade e 22 são instituições de grande porte,que juntas detêm 93,3% dos matriculados privados do EaD.

Na entrevista abaixo, Arlindo Vianna também fala da estratégia de negócios da Ilumno neste mercado crescente da EAD brasileira, onde ela pretende investir R$ 173 milhões até 2020. Avalia que a concorrência vai aumentar e vai se destacar só quem tiver qualidade. E garante: a linha divisória entre EAD e presencial é cada vez menor:

A Ilumno encomendou pesquisa que indica um período virtuoso para investimentos em educação a distância (crescimento anual de 10% a 15% no número de novas matrículas, crescimento de 130% no número de polos até 2017, de 3 mil para 7 mil). Como o sr.interpreta esses dados?

ACV - Os dados destacados na pesquisa refletem a tendência de evolução da educação a distância (cursos de graduação) no Brasil. Um ponto interessante que merece destaque, com relação à educação a distância e à educação como um todo, é o processo de virtualização do ensino superior como um caminho de potencializar o binômio ensino-aprendizagem de todos os alunos.

Como a Ilumno avalia o contexto da EAD no Brasil?

ACV - Analisando o EAD no Brasil, com relação às questões regulatórias, podemos destacar quatro fases: (i) legitimação da EAD (publicação da Lei 9.394/1996); (ii) de 2001 a 2006, a criação de normas para regulação e avaliação do ensino superior no Brasil (não somente com relação ao EAD); (iii) em janeiro de 2007, com a criação de mecanismos rígidos de controle para os processos de regulação, supervisão e avaliação do ensino superior à distância; e (iv), a partir de 2016, com a publicação de um novo marco regulatório. Como se vê, é uma história recente, que passou por diversas fases, no início em que qualquer tentativa de EAD era válida, passando por um período altamente restritivo e atualmente na busca da criação de um referencial de qualidade para EAD. Entretanto, ainda há muito a ser melhorado, pois o Brasil ainda não figura em nenhum ranking de EAD como referência internacional de qualidade. Temos muito a aprender com países que estão à frente nessa modalidade de ensino e que já passaram por essas fases. A Ilumno, líder em EAD em toda a América Latina de língua hispânica, tem larga experiência e excelentes resultados na Argentina e Colômbia e adotamos o mesmo Modelo Ilumno tanto na Universidade Veiga de Almeida, no Rio, quanto na Unijorge, em Salvador, que são as duas instituições de ensino próprias da llumno no Brasil. Brevemente, a UNIFIL, em Londrina, a nossa instituição parceira no Brasil, também usufruirá do mesmo modelo.

Quais os projetos da Ilumno no curto e médio prazo com relação a Educação a Distância no Brasil?

ACV - A Ilumno trabalha calcada em expansão com qualidade. A expansão depende em parte de autorizações do MEC para novos polos, mas já iniciamos esse processo. Do ponto de vista do que cabe às instituições de ensino, temos investido fortemente em ferramentas e tecnologias para virtualização do processo de aprendizado no ensino superior. Estamos convencidos de que a chave principal para o êxito das atividades da Ilumno no Brasil, a exemplo do que já acontece em outros países, é o nosso compromisso absoluto com a qualidade, que é reconhecida pelos alunos, pela sociedade e pelo setor de ensino superior como um todo.

Por que o setor privado é tão mais dinâmico do que o setor público no que se refere a EAD?

ACV - A aprovação de investimentos, novas tecnologias, dentre outras necessidades, acaba sendo mais rápida no setor privado do que no público, pois a dinâmica e as necessidades são diferentes, os processos e burocracias também, de acordo com cada especificidade. Investir em EAD e em virtualização do ensino é o futuro. Num curto espaço de tempo, não faremos mais distinção entre ensino presencial e EAD, com as melhores características das duas modalidades. Esse é o processo de evolução pelo qual o ensino superior já vem passando em outros países.

Costuma-se apontar a concentração do mercado da EAD no país em poucas empresas. O sr. concorda?

ACV - Sim, concordo, e o estudo da Hoper comprova essa informação. O Brasil tem, ao todo, 92 instituições privadas de ensino. Destas, 22 concentram 93,3% dos alunos, totalmente diferente do que ocorre na educação presencial, que é um modelo mais pulverizado.

A legislação brasileira sobre EAD está mudando (com a publicação recente de um novo marco legal). Vai ficar melhor?

ACV - O marco legal representa um grande avanço no intuito de dar maior qualidade ao EAD, o que beneficia empresas que guiam sua atuação pela qualidade, como é o caso da Ilumno, que, no Brasil, é representada atualmente, pela Universidade Veiga de Almeida e pela Unijorge. Entretanto, quando comparamos a legislação brasileira com a de outros países, onde o EAD tem mais tradição, vemos que ainda estamos bem distante de alguns importantes marcos, mas tenho a certeza de que, com a recente aprovação, e as demais que estão por vir, estaremos cada vez mais próximos dos padrões internacionais.

Segundo o estudo da Hoper, o modelo de operação da EAD no Brasil está em mutação (talvez para um modelo mais híbrido). Como vocês avaliam essa mudança?

ACV - Como dito anteriormente, acredito que num curto espaço de tempo não faremos mais distinção entre ensino presencial e EAD, pois estamos falando o processo de evolução pelo qual o ensino superior já vem passando em outros países, e nossa experiência na América Latina tem comprovado essa tendência.

O estudo prevê crescimento de cursos semipresenciais em áreas como engenharias, arquitetura e saúde. O preconceito com a EAD vai diminuir nessas áreas?

ACV - O preconceito tem diminuído, sem dúvida, mas ainda existe, principalmente entre os jovens de 18 a 24 anos. Quando subimos de faixa etária, vemos que o preconceito já foi quebrado, pois é o perfil dos alunos EAD matriculados no ensino superior no Brasil. Temos que trabalhar muito para desmistificar essa imagem, mostrando que é possível agregar qualidade ao ensino a distância. Existem estudos atuais que mostram que, levando-se em conta as avaliações do Enade, por exemplo, cursos EAD e presenciais têm os mesmos conceitos. Já em relação aos cursos semipresenciais nas áreas citadas, o grande desafio é que os polos tenham laboratórios adequados para o desenvolvimento das práticas, o que limita um pouco o processo de expansão, porém é totalmente factível.

Como as instituições de ensino tendem a evoluir em seu mix de negócios e serviços (diversificar ou centralizar, por ex.)?

ACV - Vou dividir a resposta em duas para abordar todo o espectro de atuação de uma instituição de ensino.

Se queremos nos referir a mix de negócios, como os cursos ofertados, a ideia é sempre diversificar para oferecer ao aluno o que ele precisa para o seu desenvolvimento e empregabilidade. Porém, se estamos falando de controles, manutenção da qualidade do ensino, eficiência etc, devemos centralizar para que tenhamos padrões, processos e qualidade. Repito essa palavra porque é uma questão fundamental para a atuação da Ilumno, na medida em que reflete na missão que temos, que não é matricular o aluno, mas fazer com que ele alcance a graduação, seja valorizado no mercado de trabalho e, por que não, siga desenvolvendo seu conhecimento e potencialidades em cursos de extensão, pós-graduação, mestrado etc.

Fonte: Ache seu Curso (www.acheseucurso.com.br/ead-vai-crescer-mais-que-presencial-20022016.aspx)
Publicado em: 29/04/2016