O visual do seu AVA afeta a qualidade de estudo dos alunos?

Como você reage quando vê um diagrama muito complexo ou uma tela com texto denso? Você se sente disposto e já se posiciona para aprender facilmente o que está sendo ensinado? Ou você geme, amaldiçoa quem fez tal curso e relutantemente percorre o caminho através dele, abandono-o se o seu uso se torna muito difícil?

Se você é como a maioria das pessoas, muito provavelmente, vai experimentar sentimentos negativos em relação à informação visual ou textual mal concebida e acaba achando que o conteúdo não é valioso ou vale o seu esforço em entedê-lo.

A claridade visual de seu conteúdo afeta o aspecto perceptual de processar, usar e compreender de uma pessoa, impactando a fluência. Quantas vezes a aprendizagem on-line sofre de um design de interface ruim e confuso? Você clica e não acontece nada e se perde? Muitas vezes!

Muito tem sido feito para entender melhor estes efeitos, coisa que deve ser de grande interesse para os designers da experiência de uso e de interface. Tudo isso está relacionado a fluência do processamento, o que se refere à facilidade com a qual uma pessoa processa as informações.

É fácil de processar?
Uma pesquisa, realizada por Hyunjin Song e Norbert Schwarz em 2008, mostra que a facilidade com que a informação é processada internamente afeta o julgamento e a decisão de uma pessoa, seja isso acessando uma página na web, um artigo de uma revista ou uma página de um livro. Em outras palavras, as pessoas têm sentimentos positivos sobre visuais e palavreados quando eles são fáceis de perceber e processar. Além disso, as pessoas são mais propensas a experimentar o prazer estético de algo quando o processamento é fácil.
Isto tem fortes implicações para o aprendizado, por causa do impacto dos sentimentos positivos ou negativos na motivação, compreensão e retenção. Aqui estão alguns exemplos interessantes dessa pesquisa.

É fácil de ler então é fácil de fazer
Quer aprender um novo exercício físico? Leia as instruções abaixo. Será que o exercício no topo parece fácil de resolver? E o outro exercício parece difícil de fazer?

Coloque a sua orelha esquerda no seu ombro esquerdo e depois sua orelha direita no seu ombro direito. Faça isso 10 vezes.

Quando os participantes desse estudo receberam estas instruções do primeiro enunciado que são simples de ler , eles pensaram que não seria preciso muito esforço e que poderiam fazer os exercícios facilmente. Quando as mesmas instruções foram exibidas em uma fonte menos legível (mostrado na parte inferior), os participantes pensaram que o exercício seria difícil de executar e levaria quase duas vezes mais tempo para isso. A alta fluência do processamento das instruções mostradas no primeiro exercício afetou o julgamento dos participantes sobre o ele.

Fatores ao fundo afetam as emoções
Os pesquisadores encontraram resultados semelhantes em um estudo utilizando receitas. A receita fácil de ler teve uma avaliação dos participantes que levaria menos tempo, que eles teriam habilidade para prepara-la e que poderiam lidar com ela por si mesmos. Por outro lado, a mesma receita em um formato menos legível influenciou os participantes a pensar que a receita iria requerer mais habilidade e tempo para se preparar. Eles estavam menos dispostos a pensar que poderiam executá-la com destreza.

O resumo é que os fatores incidentais de baixo do nível da consciência afetam a experiência emocional do aluno. As pessoas podem estar cientes da facilidade ou da dificuldade, mas desconhecem o que causa estes sentimentos.

Se é fácil de entender então deve ser verdadeiro
Aqui está mais um exemplo. Em outro estudo, foram fornecidas aos participantes as instruções fáceis e difíceis de ler, usando como variável o contraste de cores. Os indivíduos eram mais propensos a considerar as declarações mais legíveis (texto azul ou vermelho sobre um fundo branco) verdade do que as declarações que eram difíceis de ler (azul claro e amarelo sobre um fundo branco). Esse estudo foi feito por Reber e Schwarz em 1999. Quando as pessoas têm uma ausência de conhecimento sobre um tópico, devem utilizar outros fatores para avaliar se as afirmações são verdadeiras.

Lições para o e-Learning
Que lições podemos recolher a partir desta pesquisa? Os estudos apontam claramente para o valor e a importância de um design visual eficaz que crie experiências positivas de aprendizagem. Em particular, a clareza visual deve ser um princípio orientador em qualquer projeto. Para alcançar a clareza visual, considere estes resultados de outras pesquisas sobre fluência do processamento e estética.

As pessoas preferem estímulos familiares ao invés de exemplos altamente incomuns. O que é familiar é mais fácil de processar. Isso está relacionado aos padrões. Procure usar os padrões que as grandes empresas de internet injetam no mercado tais como o Material Design do Google ou o

Flat Design da Apple
Simetria é mais valorizada do que a não-simetria, particularmente a simetria vertical.
Alto contraste de uma figura contra um fundo torna os gráficos claros e os textos legíveis.
A clareza visual cria uma experiência sem esforço, o que é preferível a experiências que são altamente desconfortáveis.
Menos informação é preferida a mais informações. Menos é mais.

Aqui estão mais algumas dicas simples para reduzir esses problemas.

1. Interface instintivamente intuitiva e invisível

A primeira impressão é que fica

Pense sobre a impressão inicial sobre uma pessoa. Que impressão você quer dar sobre a experiência de aprendizagem? Existe um grande título? Pense em um bom slogan. Jogue o jogo que os editores de livros, revistas e jornais já utilizam à décadas. Mas não exagere, utilizando objetivos chatos de aprendizagem, vídeos e animações longas que estão em desacordo com a experiência desejada. A idéia é pegar rapidamente o aluno e manter a sua atenção, não matá-lo.

Ruído desnecessário
Evite ruídos desnecessários. Na aprendizagem on-line isso pode ser traduzido em gráficos meramente ilustrativos, vídeos como papel de parede, ícones animados ou marca institucional em todas as páginas. Uma música de fundo é ainda pior. Menos é mais como já foi dito. Você não ganha todo esse movimento em todas as páginas de um livro, por isso não devemos fazê-lo na tela.
Ícones que não são ícones

Você clica em algo que parece que deva levá-lo a algum lugar e isso não acontece. A experiência que você queria passar morreu. Essa é uma falha consistente em interfaces pobres. Faça o óbvio, aquilo que seu icone quer dizer e deixe claro para onde ele te levará quando isso acontecer. Icones fantasiosos, mas difíceis de interpretar (a menos dos padrões bem conhecidos) são um incômodo.

Menu hierárquico
A navegação pode facilmente quebrar quando você passa para o segundo nível. Deve haver uma solução de navegação global e persistente em toda a experiência de aprendizagem on-line, na mesma posição em cada página com um botão home e menus de posicionamento e seguimento.

Não há nada de errado com menus fixos. Alguns erros comuns são rolagens mal concebidas e menus mal projetados, que desaparecem com muita facilidade. Mantenha-os simples e não esconda as coisas do aluno. Você não quer desperdiçar esforço cognitivo em navegação, quando você precisa dele para a aprendizagem.

Navegação versus utilitários versus conteúdo
Fazer a distinção clara entre a navegação, os serviços padronizados (impressão, pesquisa e assim por diante) e conteúdo. É sempre uma conta de custo versus o benefício entre ‘a largura e a profundidade’ das hierarquias de navegação. No entanto, não faça o aluno ter que trabalhar muito para entendê-los. Agrupe ou projete esses elementos de navegação para que suas funções sejam claras.

Progresso
As pessoas gostam de saber onde estão. Ao ler um livro, você tem marcadores para sinalizar onde você parou. Mantenha este princípio na aprendizagem online. Use algum tipo de indicador para o progresso. Pode ser numérica, uma porcentagem ou graficamente. Ele não precisa ser muito imponente, algo pequeno e sutil. Você pode usar também o padrão do Facebook como uma

Timeline.
Seja convencional
Atenha-se a convenção. Olhe e sinta o assunto, mas não seja rápido e relaxado com o design. Torne as coisas fáceis e consistentes. Use convenções, como controles de vídeo padrão e ícones. As convenções são mais do que apenas objetos de conveniência, eles são parte da gramática do design da interface. Designers muitas vezes se recusam a usar convenções quando eles anseiam por criatividade e inovação – isso raramente é útil. As páginas devem também ser divididas em áreas cuidadosamente definidas, como áreas clicáveis e devem ser óbvias.

Paginação versus rolagem
A aprendizagem on-line tem sido acusado de ser apenas um paginador de conteúdo. A acusação tem alguma ressonância, pois ficou preso na maneira antiga, do passado, de paginar os conteúdos muito extensos.

No entanto, muitos dos sites mais populares da web têm rolagem nas suas páginas, como o Google, Wikipedia, Facebook, Twitter, Amazon , e outros, ou seja, a maioria dos principais sites do mundo. Há alguns bons argumentos para se mudar para o novo paradigma, tendo como base em ser simplesmente convencional e popular. Use rolagens horizontais quando for o caso.

Testes de usabilidade
A produção de cursos on-line envolve diferentes papéis de especialistas das equipes de design e acarretam em tensões que surgem entre eles. A aparência dos gráficos pode contrapor-se as necessidades de comunicação clara. O que ou não pode ser feito na codificação ou nas funcionalidades, pode afetar o que pode ser feito na navegação e na apresentação do conteúdo. A visão do aluno pode colidir com a visão do desenvolvedor. A solução é tornar objetivo o debate por meio de testes, não com um usuário médio mítico, mas com usuários reais.

Acredite no trabalho de Nielsen, Krug e Landauer, que reconhecem que alguns bons e experientes testadores e algumas iterações são tudo que você precisa. Esqueça os grupos focais de grande escala e testes maciços, que são caros e difíceis de organizar. A experiência prática mostra que apenas um, ou alguns testadores, alocados desde cedo no desenvolvimento da interface, são mais eficazes do que um grande número no final da produção. Para testes técnicos, revisões de texto e testes de funcionalidades, você pode precisar de serviços profissionais oferecidos pelo mercado.

Fonte: Ibdin
Pulicado em: 04/07/2016