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Sex, Maio

UIT: tecnologias podem reduzir desigualdades e colocar o mundo no caminho rumo à Agenda 2030

Notícias EAD

Tecnologias de informação e comunicação podem levar educação para 450 milhões de pessoas e ampliar acesso a serviços de saúde para 1,6 bilhão de indivíduos até 2030. Uso das TICs também pode tornar cadeias produtivas mais eficientes, aumentando produção de alimentos, reduzindo emissões de gás carbônico em até 20% e o consumo de petróleo em até 70%.

Na educação, a criação de oportunidades de aprendizado online e de plataformas abertas e a expansão da aplicação de recursos digitais, como videoconferências, realidade aumentada e games, poderiam formar até 450 milhões de indivíduos em programas educativos intimamente vinculados às TICs. 

Até 2030, empresas de tecnologias da comunicação e informação (TICs) poderão lucrar mais 2,1 trilhões de dólares em dividendos anuais caso invistam em serviços para a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Parte do montante – 400 bilhões – seria resultado do acesso de 2,5 bilhões de novos usuários a serviços de comunicação.

Os números são de um novo relatório publicado nesta terça-feira (14) e financiado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) e parceiros. O documento — elaborado pela Iniciativa Global de e-Sustentabilidade e a consultoria Accenture Strategy — destaca a importância das TICs para o cumprimento da Agenda 2030.

O levantamento estima que cerca de 1,6 bilhão de pessoas poderiam ter acesso a serviços médicos de maior qualidade e mais baratos através da associação entre cuidado e tecnologia — em iniciativas que envolvem desde a difusão de informações sobre saúde para consumidores por meio da internet até o treinamento de novos profissionais.

Tecnologias de comunicação e informação facilitaram reestruturação dos serviços de saúde em campos de refugiados no Nepal.

Soluções digitais para aprimorar o trânsito de veículos permitiriam evitar 720 mil mortes em acidentes em estradas e prevenir 30 milhões de ocorrências com feridos.

O uso das TICs possibilitaria ainda reduzir em cerca de 20%, até 2030, as emissões de gás carbônico, contribuindo para a mudança do mercado rumo a fontes de energia renováveis. O investimento em tecnologia associado à industrialização de países menos desenvolvidos também conseguiria reduzir em até 70% o consumo anual de petróleo e poupar 330 trilhões de litros de água.

Na agricultura, a otimização do gerenciamento das plantações, a automatização de serviços de irrigação, o uso de sensores no solo e o aproveitamento de informações climáticas fornecidas por satélites em tempo real promoveriam, até 2030, um aumento das safras de até 900 kg por hectare.

Na educação, a criação de oportunidades de aprendizado online e de plataformas abertas e a expansão da aplicação de recursos digitais, como videoconferências, realidade aumentada e games, poderiam formar até 450 milhões de indivíduos em programas educativos intimamente vinculados às TICs.

Os benefícios são particularmente interessantes quando considerado o atual estado da educação global: nos países menos desenvolvidos, 30% dos meninos e meninas não completam a educação primária; nas regiões em desenvolvimento, 10% da população não sabe ler, nem escrever; nas nações desenvolvidas, 14% dos adultos não concluiu a educação secundária.

De acordo com o relatório da UIT e seus parceiros, todos os países apresentam lacunas em mais da metade dos ODS. Em mais de um quarto de todos os Estados-membros, todos os Objetivos registram defasagens.

Para cada ODS, uma solução digital diferente

O documento indica soluções baseadas nas TICs para diversos obstáculos à Agenda 2030 da ONU. Um dos exemplos citados é o investimento em conectividade voltado para mulheres e meninas — medida capaz de prepará-las para exercer atividades econômicas e, dessa forma, empoderá-las.

Estimativas da Comissão Europeia indicam que, em breve, 90% dos empregos no continente vão exigir “algum nível de habilidade digital”. Até 2020, cerca de 800 mil postos deixarão de ser preenchidos por falta de pessoal adequadamente treinado.

Acesso à internet e à tecnologia pode empoderar meninas e capacitá-las para atividades econômicas.

Nos países em desenvolvimento, o aumento do acesso à internet para 600 mil mulheres estaria associado a um incremento de 13 a 18 bilhões de dólares anuais no Produto Interno Bruto (PIB), segundo o relatório.

No geral, o crescimento em 10% da penetração da banda larga levaria a uma aumento de até 1,38% do PIB, associado a novas formas de trabalho — o que assinala o potencial das TICs para a promoção do crescimento econômico e da criação de empregos.

O relatório destaca ainda as futuras contribuições das TICs para tornar as cadeias produtivas mais eficientes e para proteger o meio ambiente. Métodos de cultivo inteligentes poderiam poupar 251 trilhões de litros de água em 2030 e reduzir em até 20% o desperdício de alimentos.

Ao mesmo tempo, a utilização das TICs para o monitoramento das zonas costeiras e dos ecossistemas marinhos beneficiaria até 32% das áreas litorâneas com soluções inovadoras para garantir a conservação dos biomas.

‘Revolução tecnológica não vai acontecer de forma automática’

As projeções positivas do relatório, porém, só vão se tornar realidade caso decisores políticos, organizações multilaterais e não governamentais e o setor privado se comprometam a combater lacunas de infraestrutura e promover a padronização da tecnologia a nível global.

O documento alerta que a “revolução tecnológica não vai acontecer automaticamente”. Entre os motivos, estão restrições associadas ao fornecimento de tecnologia — como a ausência de infraestrutura para conectividade e a incompatibilidade entre padrões tecnológicos nos países menos desenvolvidos e em desenvolvimento — e à demanda por produtos das TICs — como preços elevados, falta de habilidades digitais, desigualdades de gênero e baixas taxas de alfabetização.

A importação de programas e hardware que chegam às nações em língua estrangeira também foi citada como entrave à utilização dessas tecnologias por populações de diferentes partes do mundo.

O Brasil foi elogiado no relatório por isentar computadores de impostos, deixando de receber 3,5 bilhões de reais em receitas fiscais no ano passado. O país acredita, no entanto, que a decisão é compensada pelo aumento na produção, nas vendas e nos empregos do setor.

Fonte: Nações Unidas
Pulicado em: 11/07/2016