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03
Sex, Maio

EaD lidera ranking entre os cursos mais concorridos

Notícias EAD

Em algumas instituições de Americana, por exemplo, modalidade chega a ser quatro vezes mais disputada do que cursos presenciais.

Ao que tudo indica, os cursos na modalidade EaD (Ensino a distância) superaram a desconfiança do mercado e dos estudantes e não só passaram a ser mais populares, como agora são líderes de procura nas graduações e pós-graduações. Em Americana, por exemplo, o curso público de Gestão Empresarial EaD, da Fatec (Faculdade de Tecnologia), chega a ser quatro vezes mais concorrido do que a maioria dos cursos presenciais oferecidos pela instituição, figurando entre os três cursos mais disputado pelos estudantes semestralmente, desde o início de 2015, quando foi lançado. Nos últimos dois vestibulares da instituição, a modalidade foi líder absoluta, ultrapassando os 262 inscritos.

No Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), o carro-chefe são os cursos livres e as 26 opções de pós-graduação, todos à distância. Em Americana, estão entre os mais buscados os cursos de sistemas de gestão integrada, docência no ensino superior e até legislação ambiental ou gestão do relacionamento com o cliente. Para o gestor de ensino superior da instituição, Alcir Vilela Júnior, os cursos à distância estão vivendo uma “guinada” em território nacional e registrando a entrada de 4 mil novos alunos, a cada semestre. “Um dos motivos é o preço, já que um curso EaD pode ser até 60% mais barato do que um presencial e nestes tempos de incerteza de renda e emprego é um grande negócio”, explicou.

Vilela Júnior ainda explica que a modalidade, há menos de cinco anos, era vista com desconfiança. “O EaD ganha maturidade quando o MEC [Ministério da Educação] passa a reconhecer o desempenho destes alunos em seus testes e as empresas incorporam este tipo de ensino para treinamentos corporativos de seus próprios funcionários”, pontua. “Claro que isso levou a entrada de grandes universidades nesta ‘onda’ e trouxe mais credibilidade”, finalizou.

Querido entre os alunos mais velhos, o EaD é também mais popular entre as mulheres de renda média e baixa, cujos horários estão comprometidos com o emprego e família. O diretor de Educação à Distância da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Gilberto Oliani, explica que os problemas no transporte público e engarrafamentos são outro ponto que tem afastados os alunos dos bancos escolares. “Essas pessoas já tem uma família, uma limitação de tempo para se deslocar e o EaD oferece esta opção de estudar durante o almoço, ou no trajeto para casa. Temos alunos fazendo cursos em vinícolas, desenvolvendo projetos para atender demandas regionais, mas tendo aulas internacionais. É uma tendência bastante forte na educação em geral, mas é necessário um programa bem elaborado e que a pessoa se comprometa com o ambiente virtual”, explicou.

Marcos Paschoal fez dois cursos de graduação e um de pós sem sair de casa
Quando se viu sem trabalho após 15 anos atuando como gerente de tecelagem, Marcos Paschoal, 46 anos, não se via mais em uma sala universitária. Portador de disfemia (gagueira), o então tecelão temia as apresentações, trabalhos em grupo ou debates. Encontrou no EaD a solução para sua formação. Em cinco anos fez três cursos, sendo duas graduações e uma pós-graduação, sem sair de casa, a última delas na área de logística. “Eu estava há 25 anos longe da escola. Tinha experiência, mas não a formação. Isso foi fundamental”, explicou.

Ao mesmo tempo que a flexibilidade de horário atrai em peso os estudantes, a distância física com um professor impacta no comprometimento com o curso. É o que opina o coordenador do curso de Gestão Empresarial EaD da Fatec Americana, Ricardo Pompeu. “As pessoas optam pelo EaD por terem visões equivocadas como achar que o curso é mais fácil e que bastará estudar algumas horas no final de semana. Espera-se do aluno o mesmo tempo de dedicação do que seria em sala de aula. Quando as pessoas entendem isso, o índice de desistência chega a ser de 50%”, comentou.

Para o professor, o aluno de EaD ideal é aquele que já frequentou uma graduação presencial e que está buscando uma segunda formação ou especialização. “Para estas pessoas cai como uma luva porque já sabem estruturar o pensamento e organizar a sua rotina de estudo. Estão em busca de complementações específicas para seu currículo”, finalizou. “Para mim o sinônimo de EaD é total autonomia, o aluno precisa ser ativo e buscar o professor, ponto que é muito diferente do presencial”.

Fonte: O Liberal
Publicado em: 15/02/2017