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02
Qui, Maio

Trabalho com projeto: uma alternativa para criar atividades significativas para os alunos

Notícias EAD

Conheça os espaços e as experiências de duas escolas onde as crianças só aprendem se engajando em investigações e criando objetos e produtos para solucionar um problema.

Raissa Pascoal Raissa Pascoal

Escolas particulares nos Estados Unidos. Essa realidade é, sim, muito distante do que estamos acostumados a ver em escolas brasileiras, especialmente as públicas. Basicamente, uma instituição privada americana pode fazer o que quiser, desde pensar em diferentes formas de organizar o tempo e o espaço até redesenhar o currículo do jeito que seria mais adequado à sua proposta pedagógica. Algumas, inclusive, nem currículo têm. No entanto, nem tudo o que elas praticam está a milhares de quilômetros de distância do que professores brasileiros já fazem em sala de aula.

A NuVu Studio e a Acera School são escolas privadas na região metropolitana de Boston. Estudar na primeira custa caro e o investimento pode chegar a 30 mil dólares por ano (cerca de 95 mil reais). A segunda tem um compromisso de ser mais acessível e reduz o custo da operação utilizando material reciclável em parte das atividades e recebendo doações da comunidade -- a maior parcela do orçamento é destinada ao pagamento do salário dos professores.

O que as duas têm em comum é a orientação do processo de ensino e aprendizagem para projetos. Pelo Brasil, muitos docentes estão familiarizados com esse tipo de empreendimento:

O primeiro passo é definir um tema para investigar. A questão precisa ter significado para o grupo;

A próxima etapa é discutir sobre o assunto e encontrar caminhos para uma solução. Diferentes conhecimentos, às vezes de áreas diversas, são mobilizados nesse momento e os estudantes criam processos como a elaboração de estratégias e discussão de ideias para atingir um resultado;

O projeto requer a elaboração de um produto final. Tudo é feito de forma colaborativa;

O processo, que é o mais importante disso tudo, é bem documentado e pode gerar algo como um portfólio para a turma ou por cada aluno, além de trazer contribuições locais para aquela comunidade.

Um dos aspectos mais legais da NuVu e da Acera é como as pessoas, os conteúdos e os espaços se estruturam para dar conta de trabalhar exclusivamente com projetos. Conheça um pouco melhor o trabalho dessas duas instituições e o que é possível extrair para a realidade brasileira:

Na escola, estudam 128 alunos em oito classes, compostas por crianças de diferentes idades. Cada turma tem um professor regente, com formação em Educação. O trabalho desse professor acontece sempre em colaboração com outros educadores, especialistas em diferentes áreas, como engenharia, arte, design e ciência da computação.

O objetivo principal da escola é manter as crianças autenticamente engajadas no que estão fazendo. Todas as atividades são definidas de acordo com os interesses delas. Para isso, os professores têm que adaptar o currículo o tempo inteiro às necessidades da turma. "Tentamos encontrar o que a criança precisa para ter sucesso", explica Stefanie Friedhoff, diretora de divulgação da instituição.

O trabalho é guiado por um tema central de pesquisa. Para uma das turmas, o deste ano é o estudo dos fungos de raízes de plantas. Para começar a investigação, as crianças receberam um estudantes de graduação do MIT e um professor de Ciências, que os ensinaram a cortar as raízes para observação. Para ver os fungos, os alunos construíram o próprio microscópio com uma webcam barata, que custou menos de 3 dólares (cerca de 10 reais), uma pequena lanterna e madeira. A classe também fez um jardim vertical e uma composteira.

Fonte: Nova Escola