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Ter, Maio

Resultados fomentam política de avaliação especial pela melhoria do ensino superior

Notícias EAD

Entre os 450.995 estudantes concluintes que participaram da edição de 2017 do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), a distribuição entre as modalidades de educação a distância (EAD) e presencial no Conceito Enade 3 – cujas faixas vão de 1 a 5 – é praticamente igual nos cursos de bacharelado em ciências exatas, nas licenciaturas e nos cursos superiores de tecnologia ligados a Controle e Processos Industriais, Informação e Comunicação, Infraestrutura e Produção Industrial.

Os desempenhos acima da média, representados pelos conceitos Enade 4 e 5, são observados na modalidade presencial. Na modalidade EAD são registrados os desempenhos nos conceitos 1 e 2.

“O Enade é uma avaliação muito importante”, destacou o ministro da Educação, Rossieli Soares, durante a coletiva de imprensa realizada nesta terça, 9, no MEC. “O destaque que trago em relação a esse exame é que a educação presencial versus a EaD não é simples. Temos claramente públicos prioritariamente distintos buscando essas duas modalidades. Vimos aqui que os mais jovens estão em maior número na educação presencial – os meninos solteiros, lá no início da vida. Já no EaD, é aquela pessoa que está mais estabilizada, trabalhando e que quer continuar crescendo na carreira”.

Rossieli também ressaltou o desempenho das universidades públicas federais na avaliação. “As instituições que mais tiveram Conceito 5 foram as universidades e institutos federais, com 13,1% dos seus cursos, o que é um destaque positivo para a educação pública federal”, afirmou. “Vários fatores se agregam para esse resultado. Primeiro, uma constância de oferta histórica, já que as universidades, em sua grande maioria, estão consolidadas e com corpo de professores de altíssima qualidade. Segundo, o fato de o processo seletivo ser gratuito, o que também atrai bons alunos. Enfim, uma série de outros fatores forma uma boa educação pública federal.”

A apresentação dos dados da avaliação da educação superior realizada em 2017 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), por meio da aplicação do Enade, permitiu ao MEC estabelecer e reforçar políticas para a melhoria da qualidade da educação superior oferecida pelas instituições brasileiras. “Faremos um levantamento fino das instituições de educação superior que estão ofertando cursos de forma irregular”, anunciou o ministro.

“Cada vez mais as instituições que acompanham e avaliam os cursos o fazem de forma presencial”, destacou também o ministro. “O próprio Inep, na avaliação dos cursos, tem sempre feito visitas presenciais em todo o Brasil. São milhares e milhares de visitas nesse processo. E isso é feito visando especialmente à qualidade que buscamos dar ao processo”.

Durante a coletiva, Rossieli Soares falou sobre a Campanha de Avaliação Especial, que vai focar na qualidade da educação superior brasileira. “Vamos lançar uma campanha para enfrentar o mau desempenho dos cursos. Vamos localizar atos regulatórios vencidos, assim como reforçaremos a avaliação das condições dos polos de EaD. A ação também é uma resposta ao alto número de denúncias de falsificação de diplomas.”

Os números – Nos cursos avaliados em 2017, as mulheres são 77% dos estudantes de EAD. Os solteiros são 76,6% dos concluintes dos cursos presenciais, modalidade de ensino que também concentra 46,7% dos alunos com idade entre 16 e 24 anos. Quase 80% dos alunos de EAD trabalham, porcentagem que é de 57,7% nos cursos presenciais.

As horas dedicadas ao estudo também são equivalentes entre EAD e presencial. Em relação à escolaridade familiar, 80% dos concluintes de EAD são os primeiros da família a concluir um curso superior, ao contrário dos concluintes de cursos presenciais, nos quais apenas 33,2% são os primeiros a ter um diploma de educação superior.

O Conceito Enade e o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Esperado e Observado (IDD) são dois dos indicadores de qualidade da educação superior calculados anualmente pelo Inep, a partir da combinação do resultado do Exame com outras bases de dados.

“Enquanto o Conceito Enade é um indicador calculado a partir dos desempenhos dos estudantes concluintes dos cursos de graduação, o IDD busca mensurar o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes concluintes, considerando seus desempenhos no Enade e no Enem”, explicou Mariangela Abrão, diretora de Avaliação da Educação Superior do Inep, órgão responsável pela avaliação dos cursos e das instituições de educação superior no Brasil. “O Inep obtém o indicador a partir de uma medida aproximada das características de desenvolvimento do estudante ao ingressar no curso de graduação avaliado”.

Em novembro, o Inep divulgará outros dois indicadores: o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Esses dois, também derivados dos resultados do Enade e de outros insumos, ditam a regulação exercida pelo MEC nos cursos e nas instituições de educação superior.

O Enade é um dos indicadores calculados pelo Inep para avaliar a qualidade da educação superior no Brasil (Foto: Mariana Leal/MEC)

Licenciaturas – Além dos resultados do Conceito Enade e do IDD de cada curso avaliado, o Inep publicou em seu portal o resultado geral do Enade 2017 e o perfil do participante. Os resultados não podem ser comparados de um ano para o outro, pois avaliam o desempenho dos estudantes de áreas distintas. Tampouco é adequada a comparação dos resultados de um ciclo avaliativo para outro, uma vez que o instrumento de avaliação é diferente. Mas é possível observar a diferença de desempenho entre os graus acadêmicos nas questões de formação geral, que são iguais para todos os estudantes que fizeram o Enade 2017 e representam 25% da avaliação.

Os cursos de licenciatura e os superiores de tecnologia apresentam o pior desempenho na parte da prova comum a todas as áreas. Além dos resultados nas provas, o Enade, por meio do Questionário do Estudante, permite traçar o perfil dos concluintes avaliados. A informação, combinada ao desempenho na prova, pode ajudar na definição de políticas públicas e também guiar melhorias das próprias instituições e cursos.

“O mais importante agora é as instituições de educação superior se apropriarem dos dados para melhorar seus projetos pedagógicos”, aponta a presidente do Inep, Maria Ines Fini. “É essa a principal contribuição de um exame como o Enade. Mais do que um olhar sobre a qualidade do sistema de educação superior, ele possibilita às instituições uma reflexão do desempenho de cada um de seus cursos de graduação à luz de seus projetos pedagógicos. Os relatórios do Enade, já disponíveis no Portal do Inep, apresentam insumos para que cada instituição faça uma reflexão sobre as condições de seus cursos”.

O Inep está divulgando, de forma conjunta, os resultados do Enade, o perfil do participante, o Conceito Enade, o IDD, os microdados do Enade e os relatórios. “Esse volume de evidências pode e deve ser apropriado pelos professores, coordenadores de cursos e pelos gestores de cada instituição de educação superior brasileira”, completou a presidente.

Enade – Previsto na lei que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de 2004, o Enade avalia o desempenho dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos que se propõem a ensinar e as habilidades e as competências desenvolvidas pelo estudante durante sua formação. O exame é obrigatório, e só pode colar grau o concluinte que responder ao Questionário do Estudante e realizar a prova.

Os resultados do Enade são divulgados no Portal do Inep por meio de relatórios síntese de área, relatórios de curso e de instituições de educação superior e dos microdados do Enade. Já o Boletim do Estudante é disponibilizado no Sistema Enade, com acesso restrito ao participante.

A cada ano o Enade se dedica a um ciclo avaliativo trienal. Em 2017, foram avaliados os estudantes das seguintes áreas:

Bacharel nas áreas de arquitetura e urbanismo; engenharia ambiental; engenharia civil; engenharia de alimentos; engenharia de computação; engenharia de controle e automação; engenharia de produção; engenharia elétrica; engenharia florestal; engenharia mecânica; engenharia química; engenharia; e sistema de informação;
Bacharel ou licenciatura em ciência da computação; ciências biológicas; ciências sociais; filosofia; física; geografia; história; letras - português; matemática; e química.
Licenciatura em artes visuais; educação física; letras - português e espanhol; letras - português e inglês; letras - inglês; música; e pedagogia;
Tecnólogo em análise e desenvolvimento de sistemas; gestão da produção industrial; redes de computadores; e gestão da tecnologia da informação.
Indicadores de Qualidade da Educação Superior – Expressos em escala contínua e em cinco níveis, são importantes instrumentos de avaliação da educação superior brasileira. O Conceito Enade avalia os cursos de graduação a partir dos resultados obtidos pelos estudantes no exame. O Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) mede o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes concluintes, considerando seus desempenhos no Enade e suas características de desenvolvimento ao ingressar no curso de graduação avaliado.

O Conceito Preliminar de Cursos (CPC) combina, em uma única medida, diferentes aspectos relativos aos cursos de graduação: desempenho dos estudantes, valor agregado pelo processo formativo oferecido pelo curso, corpo docente e condições oferecidas para o desenvolvimento do processo formativo. O Índice Geral de Cursos (IGC) é resultado de avaliação das instituições de educação superior. Trata-se de uma média ponderada, a partir da distribuição dos estudantes nos níveis de ensino, que envolve as notas contínuas de CPC dos cursos de graduação e os conceitos Capes dos cursos de programas de pós-graduação stricto sensu das instituições de educação superior.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC