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06
Seg, Maio

As vantagens e desvantagens de faculdades a distância

Notícias EAD

Cursos online que obtiveram nota máxima no Enade superaram os presenciais.

Os avanços constantes da tecnologia exigem que toda a sociedade esteja em constante adaptação, e na educação não é diferente. A ideia tradicional de ensino superior vem mudando a todo momento, com modalidades online, semipresenciais, entre outras. Inclusive, os cursos de ensino à distância (EaD) representam 26% do total de alunos do país. Números do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), realizado em 2018, apontam que os cursos de ensino à distância (EaD) com nota máxima superaram os presenciais no país.

Entretanto, se engana quem pensa que os cursos à distância surgiram com a internet. O primeiro registro da história é de 1728, em Boston, nos Estados Unidos. O professor Caleb Phillips oferecia um curso de Taquigrafia (técnica para escrever à mão de forma rápida, com códigos e abreviações) para todo o país, com materiais enviados semanalmente via correio.

No século seguinte, em 1833, na cidade de Lund, na Suécia, uma universidade disponibilizava aulas de composição, também por correspondência. Sete anos depois, um curso de Taquigrafia de passagens bíblicas também foi ofertado, desta vez na Inglaterra.

Até a década de 1910, aulas à distância eram possíveis por meio de materiais impressos, enviados pelo correio. Pouco depois, o uso de slides e audiovisuais começaram a ser utilizados como materiais adicionais.

Entre as duas grandes guerras mundiais, o meio mais utilizado na modalidade EaD era o rádio. Já na década de 1950, quando a TV foi criada, as primeiras experiências de tele cursos também surgiram. Quatro décadas depois, começaram os cursos por computador, via CD, e pouco tempo após, os cursos online se tornaram realidade.

Segundo a Associação Brasileira de Ensino à Distância (Abed), a história da modalidade no país começou em 1904, quando, no Jornal do Brasil, um anúncio oferecia um curso de datilografia, por correspondência. Em 1995, foi criado o Centro Nacional de Educação à Distância.

Cursos EaD superam as notas dos presenciais no Enade

Dados do indicador do Conceito Preliminar de Curso (CPC), referentes ao ano passado e divulgados na última quinta-feira (12) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam que o percentual de cursos de ensino à distância com nota máxima superou o de presenciais.

Na avaliação, 2,7% dos cursos EaD alcançaram o conceito 5, o máximo, enquanto 1,6% dos presenciais chegaram à mesma nota. Os cursos são classificados de 1 a 5, sendo o 3 o mais comum.

Além da vantagem no conceito máximo, mais cursos à distância obtiveram conceito superior a 3 (94,5%) do que nos cursos presenciais (86,7%). Na contramão, as piores notas foram para os alunos de cursos presenciais: 0,4% matriculados conseguiram conceito 1, enquanto, no EaD, nenhum curso teve a nota mínima.

O Enade é um exame realizado por estudantes próximos à conclusão dos cursos de graduação, para avaliar conhecimentos, competências e habilidades desenvolvidas ao longo do curso. A prova possui 40 questões, divididas em formação geral e específica.

A aluna de Ciências Biológicas pelo Cederj, Lívia Bordignon, contou, em entrevista ao Diário, um pouco sobre as vantagens e dificuldades de uma educação semipresencial.

- A parte boa é que você fica livre para administrar seu tempo como preferir e julgar melhor. Já vi muitos alunos presenciais faltando aula por não estarem bem ou por não entenderem o que o professor explica. No EaD, não existe isso - conta a estudante.

- Se você não está absorvendo o conteúdo bem naquele momento, há sempre a possibilidade de parar, relaxar e retomar o assunto quando você se sentir melhor preparado. É só você e o livro. Em caso de dúvidas, é só ligar para o professor no horário em que ele está disponível ou usar as ferramentas disponibilizadas online - conclui.

Além da possibilidade de adequar os estudos à rotina, as disciplinas à distância ou semipresenciais facilitam a vida dos estudantes que moram longe de uma faculdade ou que não podem cursar sua área de interesse na cidade natal. Mas, claro, há também o lado negativo.

- A desvantagem, mais especificamente na minha área, é a falta de prática. Tive muitas aulas práticas interessantes e essenciais durante a minha graduação, porém poderiam ter sido mais, ou, talvez, melhor estruturadas. Os laboratórios disponíveis o meu polo eram bem simples, não tinham muitos recursos. Essa parte deixou a desejar - destacou Lívia.

- Vale ressaltar, entretanto, que isso não impede que o próprio aluno corra atrás para conseguir essas experiências fora da faculdade. Com a disponibilidade de tempo que um curso EaD oferece, fica até mais fácil conciliar um estágio ou alguma atividade extracurricular com as atividades acadêmicas - pontua.

Fonte: Diário de Petrópolis | João Vitor Brum