fbpx

Sidebar

18
Sáb, Maio

Evolução na Educação? Pandemia mudou metodologia de ensino

Notícias EAD

As escolas pararam, mas o ensino não. Educação encontrou nova forma de ser transmitida aos alunos. Tem dado certo?

As escolas pararam, mas o ensino não. Educação encontrou nova forma de ser transmitida aos alunos. Tem dado certo?

A pandemia tem sido um professor nos últimos meses, entre muitas coisas ela ensinou as pessoas a se reinventar e criar novas maneiras de ensinar. Com a crise instalada devido a disseminação da Covid -19 as aulas foram suspensas em todo o Brasil colocando em risco o ano letivo dos estudantes. Porém, neste interim, surgiu uma solução que causou uma evolução na educação comprovando que não existe barreira para o conhecimento: aulas não presenciais em plataforma online. Esta modalidade de ensino foi estabelecida pelo decreto estadual que institui que as aulas sejam feitas neste formato até o dia 31 de maio, ou até segunda ordem. A Secretaria de Educação de Santa Catarina criou plataformas tecnológicas para os alunos que, de suas casas, têm acesso à internet. No caso daqueles que não tem acesso foram entregues materiais impressos aos estudantes que declararam não prover da tecnologia diariamente.

Em Campos Novos as aulas não presenciais já estão acontecendo deste abril através de dispositivos eletrônicos. A rede municipal está atendendo os alunos da Educação Infantil (Creches) ao 9° ano do Ensino Fundamental. O material didático pedagógico e atividades complementares em plataforma digital também foram disponibilizadas. Para os alunos que não possuem acesso à internet, foram elaborados kits de ensino que foram entregues nas unidades escolares e nas residências dos alunos. Mas o que professores e estudantes têm achado deste novo modo de fazer a educação? E será que esta já é uma tendência que veio para ficar? Alguns acreditam que tudo isso gerou uma revolução e que poderá ser aprimorado, outros talvez tenham a opinião contrária sobre esta metodologia a distância. Esta será uma dinâmica que deverá ser experimentada pós pandemia, mas por enquanto estudantes e professores vão se adaptando como podem.

A principio como tem sido a experiência no município? Cada professor tem autonomia para estabelecer um método de ensino. Algumas aulas são ao vivo pela plataforma Google Meet com a realização de atividades de fixação/avaliativa pelo Google Classroom. Já outros professores gravam vídeo-aulas e as encaminham aos alunos. O professor de história, Antônio Rosa, expressou sua opinião sobre o método inovador que tem sido usado devido a pandemia. Sobre este processo ele diz “perceber muita dificuldade tanto por parte dos professores, direção e técnicos, como dos alunos e seus familiares e que está sendo muito desgastante e preocupante. Por não ser presencial os professores ficam a disposição para tirar as dúvidas dos alunos, como é o caso do professor. E quanto aos alunos? O professor diz que “Em média 50% alunos do ensino médio participam das aulas ao vivo e a interação é muito boa. Já a participação dos alunos do ensino fundamental cai para 20%. Porém, a participação com relação a devolução das atividades sobe para aproximadamente 90% do ensino médio e 80% do ensino fundamental”.

Apesar de ser a alternativa encontrada, o professor acredita que o ensino pode ser prejudicado. “Não só acredito, como tenho certeza. Principalmente para aqueles que não participam das aulas. A desigualdade será crescente”, declarou, mas reconheceu todo o esforço que tem sido feito. “Percebo um grande esforço de toda a comunidade escolar para que se tenha menos prejuízo possível neste processo de ensino e aprendizagem. Ainda, vejo muito empenho por parte de alguns alunos e seus familiares. E da mesma forma, tens alunos e famílias que não participam, o que se torna o fator mais preocupante neste momento. Existem pessoas que sonham em ter o ensino médio a distância, eu espero que este momento não seja um laboratório para esta ideia”, completou.

A opinião do professor Antônio Rosa coincide com a opinião do aluno André Cunha, que está cursando o 9°, e contou como tem sido sua experiência. André diz que tem seguido à risca tudo que é proposto pelos professores, mas que sente falta da interação em sala de aula. Ele diz que muitos professores mandam vídeo aulas, mas lamenta não poder tirar as duvidas no momento em que elas surjam. “Tem sido muito diferente. Eu, particularmente, me sinto prejudicado, por não ter a interação direta com os professores. Nem sempre a explicação alcança seu objetivo, e ficamos sem entender determinado assunto. As vezes recorremos aos professores para tirar dúvidas, mas não é a mesma coisa. Como alternativa, para ajudar neste processo, o aluno algumas vezes recorre a outros meios para estender o entendimento sobre determinado assunto passado pelos professores.

Ainda incipiente, a metodologia está longe de ser perfeita, mas é o que pode ser feito para enfrentar este momento inesperado. A iniciativa é importante para que os estudantes também não fiquem ociosos em suas casas e percam o ritmo dos estudos. Mas se a pandemia persistir é hora de repensar a dinâmica para que o aprendizado seja eficaz e eficiente. Deve-se também lançar um olhar aos que não possuem meios tecnológicos ou acesso a internet, pois estes serão ainda mais prejudicados. Em épocas de crise ou não, o conhecimento deve vencer todas as barreiras, pois a educação é essencial para formar cidadãos e profissionais que o mundo tanto precisa. Quando a situação se normalizar como o esperado crianças e adultos em fase escolar poderão usufruir de uma educação de qualidade, no entanto, agora cabe a cada o esforço para absorver o máximo de conhecimento.

*Reportagem publicada no jornal ‘O Celeiro’, edição 1626 de 14 de maio de 2020.

Fonte: O Celeiro