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02
Qui, Maio

A robotização da vida já está entre nós

Notícias EAD

A Internet das Coisas (Internet of Things ou IoT) está a poucos passos de virar mainstream. Na América Latina, a consultoria Frost & Sullivan estima que há hoje 313 milhões de dispositivos conectados, número que deve triplicar em quatro anos – o que mostra o grande potencial da região nessa área. Com casas, empresas e cidades inteiras conectadas à internet – que é a promessa da IoT para o futuro –, aumenta a necessidade de fluidez das conexões. Afinal, de nada adianta um ambiente cheio de objetos ligados à internet se eles não tiverem suas devidas conexões às pessoas que vão usá-los.

A Internet das Coisas (Internet of Things ou IoT) está a poucos passos de virar mainstream. Na América Latina, a consultoria Frost & Sullivan estima que há hoje 313 milhões de dispositivos conectados, número que deve triplicar em quatro anos – o que mostra o grande potencial da região nessa área. Com casas, empresas e cidades inteiras conectadas à internet – que é a promessa da IoT para o futuro –, aumenta a necessidade de fluidez das conexões. Afinal, de nada adianta um ambiente cheio de objetos ligados à internet se eles não tiverem suas devidas conexões às pessoas que vão usá-los.

A chegada dos assistentes de voz (Siri, da Apple, Alexa, da Amazon e Google Home) é a chave para tornar possível qualquer sonho de casa conectada. Esses robozinhos (ou, se preferir, a voz de Scarlett Johansson no filme Her) são sistemas à base de inteligência artificial que, a partir de um comando de voz – uma pergunta ou um direcionamento –, podem ligar luzes, tocar músicas ou realizar atividades mais complexas, como preparar um café da manhã ou dizer o que há na geladeira. Só a Amazon diz já ter vendido mais de 100 milhões de aparelhos com sua assistente pessoal. Entre uma mensagem de áudio de WhatsApp e uma brincadeira com a Siri, estamos nos acostumando cada vez mais com esta interface.

A facilidade e a fluidez da comunicação por voz combinam com outra tendência: a da volta aos apelos sensoriais. No YouTube, há milhões de views e uma verdadeira comunidade em torno dos vídeos de ASMR (Autonomous Sensory Meridian Response), com pessoas falando baixinho e tocando objetos que criam sensações que prometem massagear metaforicamente o cérebro. Marcas como Ikea e Bohemia já criaram campanhas com esta técnica.

“A FACILIDADE E A FLUIDEZ DA COMUNICAÇÃO POR VOZ COMBINAM COM OUTRA TENDÊNCIA: A DA VOLTA AOS APELOS SENSORIAIS.
Aí entra um ponto importante: o que estávamos acostumados a chamar de robô, a empregada doméstica dos Jetsons, ficou realmente para a ficção. Temos os robôs da vida real: a inteligência do celular, as Alexas, Siris e Google Homes. Interagimos com eles de maneira cada vez mais natural, e isso é só o começo da Robotização da Vida, tendência da Trop que identificamos para a América Latina para os próximos anos.

O filósofo francês Gilles Lipovetsky diz que estamos rompendo com a era do cálculo racional dos signos, e caminhando para o gerenciamento das emoções – o que amplifica a função da voz, por exemplo, no chamado design polissensorial, que se beneficia da convergência de apelos sensoriais simultâneos. A voz vai ocupando espaços desde a experiência musical no varejo, nas lojas com trilhas personalizadas, até empresas que criam experiências de realidade aumentada da casa de uma pessoa, com áudio dela explicando sua relação com o lugar e os objetos – com a ideia de manter viva a lembrança após sua morte.

Esther Perel, psicoterapeuta e palestrante, traz uma provocação que merece atenção: “somos fruto do conjunto de interações a que nos submetemos”. Se lidamos com robôs que dizem quando estamos tristes – mesmo se não estivermos, ou ao menos se não tivermos levado isso à consciência – provavelmente começaremos a achar que estamos. E aí, vamos passar a terceirizar nossas percepções individuais?

Fonte: Digital Consumidor Moderno