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Qui, Abr

INSPER e UNICEF se unem para propor inovações tecnológicas no campo da educação

Notícias EAD

Acordo firmado entre as duas instituições busca desenvolver soluções inovadoras no acesso à tecnologia para crianças e adolescentes no Timor-Leste.

Acordo firmado entre as duas instituições busca desenvolver soluções inovadoras no acesso à tecnologia para crianças e adolescentes no Timor-Leste.

Em 2020, Insper e UNICEF firmaram um acordo de parceria para propor iniciativas de ICT (Information and Communication Technologies), focando esforços na transformação digital e na criação de formas para potencializar a educação de crianças e adolescentes no Timor-Leste por meio de soluções tecnológicas.

A parceria foi desenvolvida no primeiro semestre por Juliana Miranda Mitkiewicz, professora do Insper. Como primeira experiência, foi realizado um workshop de cinco dias no Timor-Leste, em fevereiro, reunindo representantes do Insper, da Unicef, e convidados do D-LAB do MIT e da Universidade de Singapura. Este encontro discutiu os desafios estratégicos nos diferentes campos de atuação da UNICEF no país.

A partir dos desafios elencados neste primeiro encontro, foi planejada uma proposta pedagógica envolvendo alunos do Insper, com o objetivo de desenvolver soluções inovadoras para desafios de países em desenvolvimento fora do Brasil. “Assim como na disciplina Design em Contextos Sociais, que acontece dentro de Paraisópolis, queremos desenvolver modelos sustentáveis de negócios para o empoderamento da comunidade local”, explica Juliana.

“A UNICEF Timor-Leste tem orgulho de ser parceira do Insper na criação de conteúdos para adolescentes e jovens. O conteúdo, focado em habilidades de finanças e empreendedorismo e baseado na expertise do Insper em criar ensinamentos direcionados, vai ajudar a realçar habilidades criticamente necessárias para a juventude no Timor Leste”, diz Valérie Taton, representante da UNICEF.

Atividade complementar

No primeiro semestre, uma primeira etapa foi desenvolvida com alunos do GAS (Grupo de Ação Social do Insper). No formato de uma atividade complementar, foi proposto o desafio de elaborar um script de vídeo para ensinar educação financeira familiar para adolescentes, no contexto da pandemia. “Com essa atividade, queríamos avaliar se os alunos iam se manter engajados e se entregariam valor para a UNICEF com suas propostas”, comenta Juliana.

Luís Eduardo Barros Bayer foi um dos alunos do Insper – e membro do GAS – selecionados para participar dessa atividade complementar. “Desde o começo desse ano trabalhamos com a instituição para desenvolver um currículo de finanças básicas para os jovens timorenses.”

A atividade complementar foi bem-sucedida e o script aprovado pela Unicef será levado para o Ministério da Educação do Timor-Leste. O governo do país está reformulando o percurso escolar do ensino fundamental e há interesse em incluir as habilidades discutidas no vídeo no currículo dos estudantes.

A partir do interesse dos alunos em dar continuidade às propostas da atividade, foi lançada uma disciplina para continuar propondo soluções para os desafios de ICT diagnosticados pela Unicef.

Disciplina Internacional

A disciplina criada, Participatory Design for Humanitarian Development, está dentro da Trilha Internacional da Graduação do Insper e, não fosse a atual situação que impossibilita viagens, seria dividida em duas partes: primeiramente, os alunos elaborariam projetos e, em um segundo momento, fariam uma imersão local no Timor-Leste para implementar as soluções propostas durante um estágio na UNICEF. “Seria muito rico para nossos alunos ter esse estágio dentro do órgão internacional, mas, com a pandemia, isso não foi possível”, explica Juliana Mitkiewicz.

No contexto do novo coronavírus, o curso foi remodelado para o formato remoto e surgiu a ideia de incluir alunos do Timor-Leste na disciplina. A direção da UNICEF selecionou sete alunos para participar da disciplina on-line. Os estudantes foram divididos em grupos multidisciplinares compostos por alunos do Insper e alunos internacionais, vindos em sua maioria da Europa e países vizinhos como Colômbia e Peru.

Os alunos timorenses puderam se matricular também para estudar em outras disciplinas eletivas em inglês oferecidas pelo Insper. “Os estudantes do Timor-Leste foram matriculados regularmente como estudantes internacionais, podendo participar da Comunidade Insper durante todo o semestre”, relatou Juliana.

Troca cultural

Edilberto de Oliveira foi um dos alunos do Timor-Leste selecionados para participar do grupo de trabalho formado no Insper. Ele elogiou a experiência de intercâmbio e a iniciativa de criar soluções inovadoras em seu país. “Todos os professores nos deram bastante apoio e possibilitaram uma excelente oportunidade de aprendizado”.

Para ele, a oportunidade de troca cultural com estudantes em um contexto internacional foi benéfica e interessante. “Meus colegas, em particular os brasileiros, enriqueceram a experiência ao me proporcionar uma visão da vida acadêmica brasileira, mesmo que por meios virtuais”, comentou Edilberto.

A brasileira Isabela Assis, que mora no Timor-Leste desde 2001, também trabalhou com os alunos do Insper na atividade complementar do primeiro semestre e foi convidada a participar do programa proposto no segundo semestre. “Recebi um convite para essas propostas de soluções inovadoras com as ICT para a educação e a ideia me chamou muito a atenção porque a tecnologia não é muito desenvolvida aqui.”

Ela acredita que o acesso à tecnologia pelas crianças e adolescentes no Timor-Leste é algo essencial no momento atual do país. “Contribuir na criação de projetos para trazer tecnologia e internet para perto das comunidades mais carentes é um privilégio e acredito que isso pode mudar muitas vidas”, relata a participante.

Embora a pandemia tenha impossibilitado a realização do intercâmbio para o Timor-Leste, Luís reforçou a importância de integrar o projeto interdisciplinar com outros estudantes. “É sensacional conhecer pessoas tão diferentes e trocar conhecimento para resolver um problema tão latente e prejudicial ao Timor-Leste”, relatou o aluno do Insper.

Proposta de aprendizado inovadora

Ao final dos encontros, espera-se que os alunos apresentem propostas de negócio com impacto social para solucionar os problemas de ICT. “Hoje, eles estão lidando com três desafios principais de ICT, que são o acesso a devices, como notebook e celular, acesso à internet e analfabetismo digital”, explica Juliana.

Desenvolvido em um formato learning express, o curso foi pensado para que os alunos aprendam de forma rápida e contínua a partir de experiências e cases reais de desenvolvimento humanitário global. Com o ritmo semestral, a disciplina continua sendo realizada, sempre com novos alunos, passando adiante os desafios. “Aplicamos metodologias de Design Thinking e de Design Participativo desenvolvidas por Stanford e MIT, recodificadas para a realidade brasileira”, diz Juliana.

Para Luís Bayer, participar da disciplina também serve para enfrentar outros desafios dentro do Brasil. “Com esse aprendizado, podemos trabalhar na criação de soluções sustentáveis e de longo prazo pra fazer do nosso país um lugar socialmente e ambientalmente mais justo.”

Fonte: Insper