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07
Ter, Maio

Educação: Aulas remotas também foram desafio para professores durante pandemia de Covid-19

Notícias EAD

Os professores tiveram que que se readaptar a uma nova forma de ensinar.

Os professores tiveram que que se readaptar a uma nova forma de ensinar.

Desde o início da pandemia, os professores levaram as salas de aula para dentro das próprias casas. Mas a falta de experiência dos profissionais com aulas pela internet tornou ainda mais desafiadora a missão de ensinar. É o que você vai ver agora na segunda reportagem da série Educação pós pandemia, desafios e soluções. E este é o tema do segundo episódio da série de reportagens da TV Jornal Educação: Pós-pandemia, desafios e soluções. Veja a matéria:

"Falar de educação, eu sempre choro. desculpa gente... foi um momento muito difícil. era muito medo. e eles quando me viam, queriam me abraçar e não podia. era muito difícil", é assim que a professora Ana Paula, de 38 anos, descreve esse período de mudança que a pandemia nos trouxe. Com uma turma multisseriada de zona rural, de Joaquim Nabuco, na Mata Sul do estado, Ana entrou em desespero quando as aulas presenciais foram suspensas. Com uma turma de 10 alunos do pré ao 5º ano, a professora até tentou gravar vídeos no celular, dar aulas online, mas nem todos os alunos tinham acesso à internet. Para não deixar os estudantes sem conteúdo, preparava atividades impressas em casa e viajava toda semana para entregar o material aos alunos.

"Eu tive a necessidade de me readaptar a situação dos pais. Eu me adequei: quem poderia no Google Meet, eu trabalha no Google Meet, quem não poderia, eu gravava um vídeo. Fiz um acordo com a gestão para ir aos sábados com meu esposo, porque ele estaria de folga, entregar essas atividades", contou Ana Paula.

A mudança
Com a pandemia, os alunos passaram a ver o professor de uma forma diferente. Muito além da sala de aula. Descobriram nas aulas remotas que por trás do título de mestre tinha um ser humano com medos, frustrações e insegurança como todos nós. Aos 68 anos de idade, a professora de matemática Débora Meneghetti jamais imaginou viralizar na internet. Ainda mais chorando. A professora se atrapalhou ao tentar a primeira aula online em mais de 40 anos de profissão.

"Eu estava usando um método de dar aula que eu nunca tinha utilizado e não havia pensando em utilizar. Eu não consegui compartilhar o arquivo da aula com os alunos. Sabe aquela emoção de professor que está dando aula pela primeira vez? Foi mais ou menos isso", relatou a educadora.

Dificuldade de acesso dos mestres e alunos
A professora Débora não era a única com falta de afinidade com tecnologias. Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação com profissionais da redes públicas de ensino apontou que 9 em cada 10 professores não tinham experiências ministrando aulas não presenciais. Apenas 28,9% dos entrevistados disseram ter facilidade para o uso de tecnologias.

Alcione, professora da rede municipal de Olinda, se endividou ao comprar um celular novo para continuar dando aulas mas, apesar desse esforço, esbarrou na dificuldade dos estudantes de acessar tecnologias. "Eu tenho mães que tem três filhos e um celular para os três filhos receber a aula. Então é muito difícil. Eu recebo atividade de 10h da noite, 0h20. Eu não sei o que aconteceu para uma aluna minha mandar uma atividade de 0h20. Eu não posso julgar", relata Alcione.

Professores sobrecarregados
Uma pesquisa identificou que a pressão, a falta de estrutura e a sobrecarga afetaram a saúde mental de 72% dos professores pesquisados. Houve relatos de aumento de ansiedade e depressão. Para especialistas a persistência da maioria em continuar ensinando foi fundamental para a educação durante a pandemia.

"O professor foi um herói nesse período. A gente fez o que era possível fazer. Mesmo que as aprendizagens não tenham sido aquelas esperadas, e em grande parte, nós já sabíamos disso, para manter o vinculo das crianças com a escola", comentou Mozart Neves, membro do Conselho Nacional de Educação.

Lição para os educadores
“Essa pandemia nos ensinou que o que vai ficar aqui é o que a gente vai ensinar, o que a gente contribuir para a vida. Não é apenas aprender ler, não é apenas aprender matemática. É um cidadão que eu estou ajudando a formar, que eu estou dando direcionamento para que ele tenha uma vida. Para que ele alcance seus objetivos. É muito mais que saber ler, saber alfabetizar. Então hoje a gente vê um contexto mais amplo da educação e vê o quanto ela é crucial, o quanto ela é importante e ver quanto nossos alunos dependem da gente. Porque educação é uma missão", comenta a professora Ana Paula.

Fonte: Radio Jornal