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Sáb, Maio

Lugar de estudante é o que tem boa conexão de internet

Notícias EAD

A velha máxima de que “lugar de estudante é na escola” está com os anos contados.

O crescimento recente das modalidades educacionais não-tradicionais – especificamente as que se utilizam de novas tecnologias para transmitir um certo conteúdo – tem propiciado a milhares de estudantes em diferentes níveis de aprendizagem, estudar de casa, do trabalho ou de qualquer lugar onde se tenha uma boa conexão com a internet e um dispositivo móvel.

O leque de cursos on-line oferecidos varia dos profissionalizantes, de extensão ou técnicos, em sua maioria gratuitos e de curta duração, aos mais aprofundados como MBAs e mestrados, em formato híbrido. O aluno tem recursos como vídeos, áudios, conteúdo gráfico e texto, salas de discussão com colegas e professores, referências e leituras complementares – tudo o que a tecnologia permitir.

“Hoje milhares de professores entram em sala de aula para contar a mesma história sobre algum conteúdo que está todo on-line. Isso vai acabar. Em 15 anos, educação será uma commodity, com o preço tendendo a zero”, prevê Edgard Cornacchione, professor titular da FEA/USP e presidente do Conselho Curador da Fipecafi.

Segundo ele, são fatores do crescimento da educação on-line a tecnologia, a formação de professores e o mercado.

“No final dos anos 1990 professores e gestores foram expostos às possibilidades tecnológicas para educação. E, com o tempo, o mercado foi aceitando essa nova realidade: tanto as instituições de ponta foram aderindo, quanto os estudantes e aqueles que contratam, passaram a confiar na qualidade”, avalia Cornacchione.

No ano passado ele lecionou em sala de aula para 25 alunos da disciplina de história da contabilidade em cada semestre. Ao mesmo tempo, com sua equipe, foi capaz de acompanhar seis mil inscritos para o mesmo conteúdo transformado em curso de extensão on-line. “O curso on-line tem uma versatilidade no diálogo com o aluno. Para este, criamos um jogo que não existe na disciplina presencial”, conta o professor.

No Brasil, tanto a oferta de cursos gratuitos quanto a entrada neste mercado de universidades de renome são tendências que vêm ganhando força. Hoje a FGV, USP, Unicamp, Insper e outras já têm departamentos robustos de educação a distância, com grande diversidade de cursos oferecidos. A disseminação de cursos gratuitos, em que a remuneração do negócio se dá pela compra do certificado também aumenta com a participação de players importantes como a Fundação Lemann. Os certificados de cursos on-line não podem, por lei, ter discriminação em relação aos de cursos presenciais.

Para a Coursera, uma das líderes mundiais em plataformas de ensino a distância, o Brasil é o quarto maior mercado para cursos profissionalizantes, com 700 mil alunos cadastrados no sistema. A empresa, que vive da receita dos certificados emitidos e não revela o faturamento, tem 17 milhões de alunos nos 29 países em que atua, em parcerias com cerca de 150 universidades de alto nível, como Yale, Duke e outras. São mais de 1,3 mil cursos, de ciência e computação a administração e psicologia.

No Brasil, oferece cursos da USP, Unicamp, Fundação Lemann, Insper e ITA. “Esperamos crescer no Brasil, que é um mercado novo e com muito potencial. Em 2016 teremos mais cursos e, talvez, mais parcerias”, afirma a presidente e cofundadora, Daphne Koller. O certificado, opcional para o aluno, tem preço médio de US$ 30.

A FGV, em operação conjunta das unidades do Rio e São Paulo, oferece cursos on-line pagos de média duração – atualização, extensão, aprofundamento e MBA – com dois mil pagantes por ano, e cursos gratuitos, de curta duração, em parceria com o MIT e a Universidade da California. “A tendência é aumentarmos o número de alunos e os cursos oferecidos”, declara Mary Murashima, diretora de soluções educacionais, responsável pelo programa FGV Online.

Segundo ela, o negócio é grande e movimenta uma cadeia pujante de fornecedores. São designers instrucionais, produtoras de vídeo e programadores. “O know how para a produção de cursos de ensino à distância exige profissionais especializados e este setor vem crescendo junto”, acrescenta.

Marcia Deotto, gerente do departamento de Ensino e Aprendizagem do Insper, é outra que aposta no crescimento do setor de educação on-line no Brasil, e a crise econômica é um fator propulsor. “A procura por cursos de curta duração tem crescido. Só na primeira semana útil de 2016 tivemos mil inscritos para o curso marketing analítico, de 15h”, conta a executiva.

Matéria na íntegra: http://www.valor.com.br/carreira/4414960/lugar-de-estudante-e-o-que-tem-boa-conexao-de-internet

Fonte: Valor
Publicado em: 03/02/2016