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Sáb, Maio

Audiência discute Ensino de Enfermagem à Distância

Notícias EAD

Após vários debates na Assembleia, foi pedido o cancelamento

O curso de Enfermagem por meio do Ensino à Distância (EaD) foi tema de discussões acirradas na manhã desta sexta-feira, 19 durante uma Audiência Pública realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e Conselho Regional de Enfermagem (Coren). Ao final, foi apresentada uma Carta Aberta dando conta de que as unidades de apoio EaD no Brasil não possuem laboratórios, bibliotecas, além da falta de convênios ou unidades hospitalares próprias para a prática de estágio supervisionado, tornando temerosa a precarização da formação de profissionais eu lidam diretamente com a vida, representando risco direto à Saúde Pública. E pedido o cancelamento.

“Eu sou professora, independente de estar no cargo ou não e posso afirmar que não quero que ninguém precise ir para uma instituição hospitalar ou de saúde, seja ela qual for pra ser atendido por um profissional que nunca pegou na pessoa, nunca teve o cuidado humanizado. Eu tenho muito receio porque eu tenho a prática, porque eu conheço, eu sei como é a formação e o que é necessário para o aluno voltar para o mesmo caso para ter a competência necessária. Sou contra sim ao Ensino à Distância para o curso de Enfermagem à Distância, sou professora, sou enfermeira, podem até registrar, mas eu sou contra”, destaca a presidente do Coren/SE, Maria Cláudia Mattos lembrando ter quase 29 anos de prática profissional.

Para a professora da Universidade de São Paulo (USP) e representante do Conselho Federal de Enfermagem, Dorisdaia Carvalho, é preciso combater. “Tanto as universidades quanto esses centros de educação se auto-autorizam, só as faculdades são obrigadas a pedir autorização ao MEC, segundo a legislação. Nós temos que combater sim porque há uma preocupação do Ministério da Educação com os resultados no exercício profissional. São 939 polos”, destaca Dorisdaia Carvalho.

A deputada Gorete Reis informou que nem todos os cursos são avaliados, o que se questiona a qualidade dos cursos de Educação à Distância. “São mais de 900 polos no país que não estão sendo efetivamente avaliados, funcionando precariamente, o que foi constatado em fiscalização do Cofen e do Coren. Vamos buscar junto aos parlamentares e ao Ministério de Educação e pedir apoio do Congresso e do Senado para que mudem a legislação vigente que permite que cursos da área de Saúde sejam feitos à distância”, diz Gorete Rei

O estudante de Enfermagem da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e presidente do Centro Acadêmico Jonas Santos afirmou que o curso presencia em Sergipe já aprsenta dificuldades. “Imagine esse curso à distância, será que esses alunos têm conhecimento do que acontece dentro das unidades de Saúde. É preciso rever essa situação e os estudantes são contra a comercialização do ensino”, alerta.

Contraponto

O procurador do estado de Alagoas e dono de uma instituição de Educação à Distância, Hélio Laranjeiras participou da audiência e defendeu uma educação de qualidade. “Ela pode ser boa à distância e pode ser boa presencial. Eu vim para Sergipe e estou ouvindo aqui uma barbárie esse nivelamento em pleno século XXI. Na faculdade de Medicina da USP, o homem do futuro está sendo feito, levando em consideração que ou se coloca tecnologia da Educação para se obter avanços, ou não se melhora. Eu fiquei assustado porque o Brasil precisa de Educação à Distância. A professora Dóris fez o mesmo parecer favorável elogiando a minha instituição e agora faz um parecer contrário”, lamenta.

Ao final, foi solicitado o cancelamento da autorização desses cursos nesse tipo de modalidade considerando que é inaceitável, inexplicável e arbitrária a formação precária de profissionais que lidam com a saúde e a vida do ser humano.

Por Aldaci de Souza

Fonte: Infonet
Publicado em: 22/02/2016