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Dom, Abr

Como educadoras transformaram sua sala de aula com o ensino híbrido | parte 2

Notícias EAD

Em novembro, as professoras Carla e Flávia relataram como foi implementar o ensino híbrido em uma escola pública do Rio de Janeiro, como parte do projeto ginásios cariocas. Você confere a primeira parte dessa história clicando aqui. Agora, elas compartilham conosco os resultados e aprendizados dessa experiência!

Os desafios propostos no grupo de experimentações e realizados pelas professoras envolveram:

Modificar da organização do espaço da sala de aula: o primeiro passo foi perceber que o modelo atual da sala não favorece a colaboração entre os alunos, o compartilhamento de ideias e, principalmente, observar que, nessa organização, não são todos os alunos que aprendem.

Repensar o papel do professor: com o espaço organizado de outra forma, o professor deixa de ser o centro das atenções e passa a estar mais próximo do aluno. Nessa mudança de papel, o professor planeja atividades de modo que o aprendizado seja personalizado e cada aluno possa caminhar no seu ritmo e da forma que melhor aprender. Foi possível observar que, assim, o professor conseguia orientar os alunos com mais dificuldades enquanto os demais avançavam no conteúdo.

Repensar o papel dos alunos: os grupos de estudantes, organizados de outra forma, passam a desenvolver protagonismo em suas ações, ajudando uns aos outros. Como possuem liberdade de aprender seguindo estratégias e ritmo próprios, é notório o crescente interesse e participação nas atividades.

Utilizar tecnologias digitais em diferentes processos, não apenas para enriquecer as aulas (com uma projeção), mas auxiliando na coleta de dados para a personalização. Ao coletar dados sobre o desempenho dos alunos, o professor pode avançar com mais segurança para os passos seguintes – como organizar as experiências de aprendizagem que quer oferecer aos estudantes para que sejam mais eficazes e, também, reorganizar o espaço em sala de aula.

Depois disso, gradativamente, há um movimento de repensar a avaliação, provocar mudanças na cultura escolar e envolver toda a comunidade escolar no processo.

Os resultados: quando o fim é só o começo

A parceria entre as professoras aconteceu principalmente nas turmas de 7º ano da escola, onde se pôde observar uma transformação nas aulas de ciências e matemática. Nas reuniões de área, eram incluídas no planejamento aulas híbridas das duas disciplinas – aulas que aconteciam ao mesmo tempo, com as duas professoras em sala de aula e onde os conteúdos se interligavam. Uma das atividades reunindo os dois conteúdos envolvia, por exemplo, compreender o conceito de forma da figura geométrica ampliando o raciocínio espacial a partir da construção de modelos de classificação de bactérias em formas de três dimensões.

Veja como foi:

O uso das tecnologias digitais dinamizava as aulas e permitia a personalização do ensino. Além disso, é inegável que o Ensino Híbrido gerou uma profunda transformação na postura dos alunos, ampliando suas relações. Ao mesmo tempo que as aulas híbridas iam fazendo parte da rotina das turmas, os alunos começavam a apresentar mudanças – a principal delas foi o interesse renovado em realizar as atividades propostas. Logo, perceberam-se alunos mais protagonistas, que pensavam e trabalhavam em seus projetos de vida usando as tecnologias digitais para ampliar seus conhecimentos.

A flexibilidade das diferentes propostas híbridas possibilitou a superação de muitas dificuldades que as professoras encontravam na escola. Mesmo a modesta infraestrutura de uma escola pública, com uma banda larga de apenas 1G, além dos moldes escolares tradicionais, não foram obstáculos para implementação do Ensino Híbrido. Apesar da certeza de que o uso das tecnologias digitais é uma tendência forte, nas quais todas as escolas deverão investir em um futuro pouco distante, é possível fazer adaptações, sem necessidade de uma transformação imediata. Com esse investimento em pequenas mudanças pedagógicas e metodológicas, as professoras puderam notar uma gradativa melhora no rendimento escolar em suas disciplinas. Esse reflexo também foi observado na melhora dos resultados das avaliações externas que medem os índices de desenvolvimento dos alunos.

O maior retorno que essas professoras vivenciaram em sua realidade foi uma mudança na visão do aluno sobre sua própria aprendizagem, otimizando seu tempo e desenvolvendo a autonomia.

Ao término do período inicial de experimentação do Ensino Híbrido, houve uma ampla propagação da proposta na escola. Contudo, o Ensino Híbrido não é a salvação e nem pretende ser a resolução de todos os problemas da educação brasileira; ele não é o fim, mas o começo da construção de uma nova realidade para o ambiente escolar. “Podemos afirmar, sem medo, que o professor que experimenta propostas híbridas em sala de aula nunca mais consegue pensar em um planejamento totalmente tradicional para suas aulas”, afirmam Carla e Flávia.

Fonte: Geekie
Publicado em: 12/12/2016