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Sáb, Abr

Como duas educadoras transformaram sua sala de aula com o ensino híbrido | parte 1

Notícias EAD

Duas educadoras fazem o relato de sua experiência ao aplicar ensino híbrido em uma escola pública do Rio de Janeiro. Hoje, falam do início do projeto e dos desafios de implementação. Confira:

Um oásis no meio de um deserto, foi assim que o site Porvir descreveu a Escola Municipal Rio de Janeiro em um especial sobre a personalização do ensino, em 2014. Uma das mais de mil e quinhentas escolas da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, localizada no bairro do Jacaré, que atende principalmente crianças e adolescentes da comunidade conhecida como Jacarezinho.

A Escola Municipal Rio de Janeiro sempre foi uma referência na comunidade pelo trabalho comprometido com a formação para cidadania. Contudo, as notas das avaliações externas de medição do rendimento escolar não eram expressivas…

No ano de 2012, a Escola Municipal Rio de Janeiro foi integrada ao projeto Ginásio Experimental Carioca. O projeto era sustentado em três eixos – excelência acadêmica, apoio ao projeto de vida do aluno e educação para valores, contando com uso de novas tecnologias.

A parceria em prol do ensino híbrido

Nessa perspectiva de transformação da escola, que tinha uma rotina considerada “tradicional” – com o professor como transmissor de conhecimentos e alunos espectadores – e diante do desafio de trabalhar em um projeto inovador, teve início uma parceria promissora entre duas professoras com formação e perfis diferentes, mas com o mesmo objetivo: transformar a sala de aula tradicional em uma sala de aula que se relacionasse com o mundo moderno, tecnológico e interativo em que vivemos, possibilitando uma aprendizagem mais eficaz e significativa para o aluno.

Formada em Ciências Físicas e Biológicas, Carla Fernanda propunha um Ensino de Ciências mais contextualizado com o cotidiano do aluno. Com formação em matemática, a professora Flavia Moura sempre buscava aulas mais dinâmicas e que envolvessem os alunos na construção de conhecimentos que fizessem sentido para a vida fora da escola. Além dessas semelhanças, as duas professoras buscavam integrar as tecnologias digitais ao dia a dia da sala de aula. Ambas já produziam aulas para o projeto Educopédia, uma plataforma online colaborativa de aulas digitais, onde alunos e professores podem acessar atividades de forma lúdica e prática, de qualquer lugar e a qualquer hora.

O perfil de professor pesquisador permitiu que a parceria entre elas mudasse o cenário da sala de aula e, consequentemente, melhorasse o aprendizado dos alunos. A busca era por algo transformador, porém dentro das possibilidades de infraestrutura e organização pedagógica da escola. O desafio era grande!

A preocupação não era apenas com números e resultados, mas com aprendizagem de alunos com características tão diferentes entre si. Para a mudança, foi importante a clareza de que os alunos não aprendem da mesma forma e que precisam ser ouvidos para que as aulas planejadas façam diferença para eles. Mas, como mudar?

O encontro com o ensino híbrido

Em busca dessa mudança e motivadas por uma vontade de não fazer “mais do mesmo”, em maio de 2014, as professoras foram selecionadas para um projeto pioneiro: o Grupo de Experimentações em Ensino Híbrido. Organizado pela Fundação Lemann em parceria com Instituto Península, o curso tinha como proposta uma reflexão sobre a prática em sala de aula com o uso do Ensino Híbrido. Para tal, os professores participantes tinham desafios semanais de aplicação em sala de aula, cujo objetivo era estar cada vez mais preparado para planejar e aplicar aulas híbridas. Esses desafios eram debatidos entre os professores e tutores, além do estudo de referenciais teóricos para validação e reflexão sobre a prática.

Os encontros com essa abordagem traziam algumas respostas para a pergunta “Como mudar?”. O Ensino Híbrido aproximava a sala de aula do mundo tecnológico dos alunos, porém, sem romper bruscamente com a estrutura da escola tradicional. O melhor de dois mundos! O que seria perfeito para os anseios das professoras.

Dessa maneira, o aluno é o centro do processo de aprendizagem, tem autonomia para construir o caminho e decidir o tempo do seu aprender. A ideia é que não existe uma única forma de aprender – e as tecnologias digitais oferecem espaço para o desenvolvimento da independência e responsabilidade pela prórpia trajetória, a otimização de tempo e e espaço diversificado para que cada aluno descubra qual é a forma mais eficaz de aprendizagem.

A inovação no processo de ensino e aprendizagem já está acontecendo no Ginásio Carioca Rio de Janeiro desde 2012: os alunos são acompanhados por um professor tutor que os orienta na construção de seu projeto de vida e no desenvolvimento de seu protagonismo. Nesse sentido, o Ensino Híbrido fortaleceu a inovação, criando oportunidades para que o aluno possa aprender mais e melhor, com um ensino personalizado, aprendizagem colaborativa e uso das tecnologias digitais como apoio nas aulas.

Fonte: Geekie
Publicado em: 12/12/2016