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05
Dom, Maio

Experiências inesquecíveis

Notícias EAD

Tecnologia transforma um smartphone em um dispositivo de realidade virtual que leva estudantes a vivenciar situações e potencializar a aprendizagem.

Que tal estudar biologia dando uma voltinha dentro de um ouvido humano? Ou visitando criadouros do mosquito da dengue, em meio a um brejo de águas paradas e infestadas de larvas… porém… sem se expor a risco? A tecnologia já permite um passeio virtual por ambientes como esses, gerando no usuário uma perfeita sensação de estar presente no local. Entre tantas outras aplicações possíveis, colocar um óculos e “se sentir” em um espaço inusitado (quem sabe, de acesso impossível!) sem sair da sua cadeira da sala de aula certamente é uma promessa para transformar a forma de aprender.

Esse é um dos nichos de interesse da Beenoculus, startup paranaense desenvolvedora de uma solução de hardware e software que permitem experiência visual 360°. Com a ferramenta de realidade aumentada Beenoculus, o usuário usa seu smartphone para acessar aplicativos ou vídeos no formato side by side (SBS). Quando movimenta o corpo e foca a atenção em determinado ponto do cenário virtual, ou por meio de um controle (joystick), ou por sensores de gestos, os efeitos em três dimensões geram experiências sensoriais semelhantes às da vida real. Na educação, a ideia é levar o estudante a aprender por meio de imersão virtual – aproveitando para potencializar a percepção e até para explorar situações impraticáveis de vivenciar de outra forma.

O Beenoculus funciona em qualquer smartphone que tenha giroscópio e tela de mais de 5 polegadas. Roda nos sistemas operacionais Android e iOS. “A tecnologia Beenoculus permite implantar laboratórios de realidade virtual com baixíssimo custo e levar para o ensino formal, técnico e profissional experiências de grande impacto”, diz Rawlinson Peter Terrabuio, fundador da empresa. Em janeiro de 2015, a empresa participou da Consumer Electronic Show, em Las Vegas (Estados Unidos), onde a plataforma foi classificada como uma das dez maiores inovações da feira por ter criado um wearable de realidade virtual que derrubou os preços de US$ 600 para US$ 35.

Além da tecnologia, que envolve hardware e software, a empresa desenvolveu uma metodologia denominada Educação Imersiva em Primeira Pessoa, voltada ao uso da solução

“Entregamos a infraestrutura de laboratórios de realidade virtual (LAB VR) que compreende o Beenoculus, smartphone, fone de ouvido, servidor de conteúdos, roteador. Também fazemos a capacitação dos professores no uso com conteúdos livres disponíveis, como milhares de fotopanoramas e vídeos 360° do mundo todo”, acrescenta.

Além da tecnologia, que envolve hardware e software, a Beenoculus desenvolveu uma metodologia denominada Educação Imersiva em Primeira Pessoa, voltada ao uso da solução. Sua equipe de produção em audiovisual e de serious games se dedica ao desenvolvimento de aplicações. Um acordo nesse sentido foi firmado com a Universidade Estácio de Sá (Unesa), com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep): serão criados conteúdos para o Beenoculus sob demanda e em coprodução. A startup negocia também a venda do produto a 55 escolas de uma rede de ensino de Curitiba (PR).

O equipamento funciona em qualquer smartphone que tenha giroscópio e tela de mais de 5 polegadas. Roda nos sistemas operacionais Android e iOS

O Beenoculus começou a ser concebido em 2002, a partir do projeto Caderno Digital, promovido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Paraná. Em 2009, a equipe do Caderno, que deu origem à Beenoculus, inicia estudos na área de visão computacional, computação cognitiva e experiência do usuário. Em dezembro de 2012, foi iniciado o projeto atual. Entre os parceiros, nessa trajetória, destacam-se a Braskem, fornecedora da matéria prima dos óculos; a IBM, para serviços de nuvem SoftLayer; a Intel, para sensores de movimento; a Cisco, para roteadores; e a Asus, a LG e a Apple, para smartphones.

Terrabuio comenta que uma das dificuldades da empresa é o tempo de maturação dos projetos na área educacional. Em função disso, para garantir sua sustentabilidade, a startup tem desenvolvido atividades com empresas como Algar Agro, Braskem, Cisco, entre outras grandes companhias, com o intuito de aplicar a ferramenta na área de treinamento profissional. No entanto, o foco em educação permanece: a empresa está buscando clientes e parceiros institucionais para validar a metodologia e a tecnologia no ensino fundamental II e no ensino médio. “Nosso objetivo é implantar dez mil laboratórios de realidade virtual no Brasil em cinco anos. O país tem 130 mil escolas e menos de 11% têm laboratórios de ciências”, estima Terrabuio.

A Beenoculus é incubada a distância pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Intec-Tecpar) e ocupa um espaço de coworking no Cubo, hub de startups do Banco Itaú e do fundo Redpoint Ventures, além de ser associada da Abragames e da ABStartups, trabalhando pelo Movimento 100 Open Startups. A empresa participou do Braskem Labs, programa de apoio ao empreendedorismo na cadeia do plástico, por ter desenvolvido o óculos com poliuretano verde. Também esteve no programa Promessas Endeavour e o 100 Open Startups Programa da Wenovate, desafio que envolveu 1.500 startups e que lhe conferiu o segundo lugar. Já foram investidos no negócio R$ 2,5 milhões dos quatro sócios, e R$ 1 milhão de um investidor anjo.

Fonte: ARede
Publicado em: 15/12/2016