As tecnologias têm mudado a forma como vivemos. Num mundo em que a informação ocorre sem restrições de tempo e espaço, o ensino a distância/elearning tornou-se, sobretudo na última década, na modalidade de ensino privilegiada para responder às crescentes necessidades educacionais e formativas, sobretudo de populações adultas e já inseridas no mercado de trabalho.
Carla Oliveira - Docente e Vice-reitora da Universidade Aberta
As tecnologias têm sido, desde sempre, as grandes aliadas do ensino a distância. Da via postal à era Digital o ensino a distância, sem nunca dispensar os materiais impressos, já conheceu várias “gerações” tecnológicas e utilizou todos os meios de comunicação à sua disposição: rádio, televisão, telefone, fax, audiocassetes, videocassetes, videotexto, CD-ROM, computador, etc.
Os avanços tecnológicos e a integração dos computadores em rede permitiram o desenvolvimento de novas práticas pedagógicas menos individualistas e mais colaborativas. Graças à utilização dos media, das plataformas e redes digitais, anulam-se, como nunca tinha sido possível, as distâncias e os fusos horários. A pedagogia do mundo da educação a distância ganha novas dimensões. Contrariamente ao pensado tornou-se numa modalidade de ensino em que a construção do conhecimento acontece de forma crítica, criativa, contextualizada e fortemente colaborativa.
Os novos cenários do mundo digital viabilizaram a formação de comunidades de aprendizagem, que operam sem limites de tempo e/ou espaço em salas de aula virtuais, que potenciam uma forte interação entre estudantes e professores. Esta mudança de paradigma do ensino a distância universitário, do ponto de vista conceptual e operacional ocorre numa altura em que as universidades tradicionais estão, também, em mudança, dando origem a uma nova expressão de ambos os sistemas: presencial e a distância.
O ensino a distância é um sistema que permite um processo de aprendizagem ajustado às necessidades e às particularidades sociais, organizacionais, tecnológicas, pedagógicas, económicas e culturais.
A aceitação deste modelo de ensino ainda provoca algumas resistências, porque existe uma natural e real resistência à “novidade”. Há que interiorizar e aceitar que as aprendizagens se podem realizar em qualquer lugar, a qualquer hora, em qualquer idade com qualidade e rigor, através de plataformas e de redes de comunicação diversificadas.
Haverá maior flexibilidade que o ensino a distância para um aluno concluir os seus estudos universitários ao seu ritmo, em qualquer hora, lugar ou idade? Não creio. Este modelo permite ao aluno conseguir equilibrar a sua vida pessoal, profissional, com a académica, o que nos dias de hoje é algo único.
Assim, os profissionais do ensino e os defensores de uma educação para todos, presencial ou a distância, têm obrigação de promover o uso de ferramentas e redes digitais de comunicação e conhecimento, uma vez que elas permitem tornar o processo de ensino aprendizagem mais flexível, personalizado e sustentado.
Fonte: I9 Magazine
Publicado em: 15/05/2017
