As temáticas da interdisciplinaridade e das novas metodologias de ensino ganharam lugar de destaque nas palestras da Bett Educar 2017. Houve espaços dedicados a inovações em práticas em sala de aula nas áreas de ciências humanas, educação física e linguagens. Como tema transversal em relação a todas essas áreas de conhecimento estão a leitura e a escrita, trabalhadas em todas as etapas da educação básica.
A educadora Letícia Reina, diretora pedagógica da Guten Educação e Tecnologia, propõe duas sequências didáticas em que, a partir da análise textual, os alunos passam para conceitos nas áreas de geografia e ciências. O primeiro projeto faz uma análise textual comparada entre o canal no Youtube + Ciência e textos de um livro didático sobre as diferenças entre seres vivos e inanimados. “Os alunos pensam como o texto do Youtube foi construído, o que foi dito, qual a linguagem etc. Depois, estabelecem semelhanças e diferenças entre o texto do vídeo e aquele do livro”, exemplifica Reina. “A expectativa é que os alunos aprendam as semelhanças e diferenças entre seres vivos e inanimados a partir dessa análise textual”, diz.
Cartografia
A outra sequência envolve uma competência que aparece com frequência no Enem: relacionar imagem e texto. A atividade envolve análise textual e geografia. Os conceitos analisados são cartografia, pontos cardeais, pontos colaterais. A proposta, que envolvia alunos do sexto ano do ensino fundamental, teve como produto final a elaboração de uma mapa guiado por voz. O mapa em questão deveria guiar o aluno no trajeto escola-casa.
Leitura nas outras disciplinas
Com a difusão de rankings e listas em que países, municípios, estados e instituições de ensino têm sua imagem pública associada à nota de seus alunos em avaliações unificadas, é fundamental trabalhar a leitura nas diferentes disciplinas. “É muito comum o aluno conseguir se apropriar das operações matemáticas, mas não dos aspectos linguísticos”, afirma Reina. A abordagem interdisciplinar pode ajudar na interpretação de conceitos matemáticos e no entendimento mais rigoroso sobre como eles aparecem nos enunciados.
Fonte: Revista Educação
Publicado em: 16/05/2017
