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Dom, Abr

Celular em aula: Saiba como inovar usando as novas mídias

Notícias EAD

Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), existem mais de 243 milhões de linhas de telefonia móvel ativas no Brasil, quase uma para cada brasileiro. Entretanto, a maioria das instituições de ensino ainda restringe o uso dos aparelhos pelos alunos.

Lutar contra o avanço da tecnologia é uma batalha perdida: o desafio passa por integrar os equipamentos na lista de materiais e aumentar o engajamento do aluno ao trazer o foco – inclusive digital – para dentro da sala de aula. Cabe ao educador propor didáticas e atividades que direcionam cameras, gravadores de voz, mapas e redes sociais para o processo de aprendizagem.

A primeira barreira, muitas vezes, é a falta de familiaridade dos professores com a tecnologia. Logo, é importante a implementação de um projeto pedagógico que estimule a curiosidade e a autonomia do aluno, pensado em conjunto entre a coordenação educacional e o corpo docente. O treinamento dos professores para o uso destas ferramentas também é essencial para o sucesso da iniciativa.

Mas há cuidados a serem tomados: sem atividades que direcionem o foco do aluno, o uso das tecnologias pode incentivar a dispersão. “Dependendo do tempo de exposição, a utilização do aparelho pode afetar áreas responsáveis pelo raciocínio lógico, controle dos impulsos, memória e desenvolvimento da atenção”, diz o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica da Faculdade de Medicina da USP, em entrevista à revista Cláudia.

Para Ana Voltolini, pesquisadora da UFMT, é necessário pensar o conteúdo a ser ofertado aos alunos. “No Brasil, temos iniciativas voltadas à compra de tablets, por exemplo, mas não se pensa nos softwares de apoio às atividades de aula”, explica. A pesquisadora, que defende o uso amplo de mídias digitais em classe, explica que a tecnologia sempre esteve presente nas salas de aula. “Alunos já eram alfabetizados e informatizados pela TV”, conta.
Como inserir os dispositivos em aula?

A integração entre ensino e celulares deve ser feita de maneira pedagógica, como chave para despertar o interesse do aluno pelos conteúdos disciplinares. As ferramentas devem ser uma ponte entre o ensino e a vida cotidiana. Para isso, é necessário que o foco seja direcionado por inteiro para as atividades.

O uso mais simples é a criação de grupos de discussão em aplicativos de trocas de mensagem. Ferramentas como Facebook Messenger e WhatsApp já são amplamente utilizadas, e suportam conversas em grupo. A proposta de um fórum, que agregue debate e conteúdo pode ser enriquecedora.

Trazer o cotidiano para a sala de aula também é a ideia central da criação de um banco de imagens entre os alunos. Hospedado em ferramentas gratuitas como o Instagram, é possível desenvolver trabalhos fotográficos dentro e fora do ambiente escolar. Relacionadas a temas abordados em aula, a dinâmica faz o aluno refletir de maneira diferente sobre o estudo.

O importante, no entanto, é saber equilibrar o conteúdo com o aparelho. É preciso que o estudante tenha a consciência de que existem momentos onde o celular não é bem-vindo. O processo de aprendizagem é uma construção coletiva e se reinventa o tempo todo. Apesar disso, é preciso que em sala de aula o uso das novas mídias e da internet sirva ao ensino, e não o contrário.

Fonte: Desafios da Educação