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Sáb, Maio

Desafios da Educação a Distância

Notícias EAD

Muito se fala em interatividade e instantaneidade para realizar as atividades corriqueiras do dia a dia. A sociedade evoluiu digitalmente, e com isso veio às alterações de costumes, o que também influencia o modo que vivemos e fazemos as coisas.

Um exemplo disso é a Educação a Distância - EAD, antes só era possível fazer uma graduação no modo presencial, concorrendo a vestibulares, e dedicando 4 horas ou mais do dia sentado em uma sala de aula, a fim de garantir conhecimento e capacitação. Hoje em dia isso mudou os tempos modernos e a fluidez da comunicação atual, permitem que estejamos sempre conectados e que tudo possa ser feito com rapidez, em tempo real, para muitas pessoas.

Por isso é cada vez mais comum que centenas de pessoas optem por fazer uma graduação ou especialização à distância. Gilmar Luis é Profº. Drº e especialista em Educação a Distância, atualmente leciona na UnC, em Canoinhas e comenta porque cada vez mais os jovens procuram pela EAD. "Antes a maior procura pela EAD eram de pessoas que já tinham uma graduação, que trabalham e não tinham tempo de prestar uma graduação presencial. Hoje em dia esse público abrangeu bastante, as pessoas procuram pela EAD porque assim podem agregar outras atividades e tem um aproveitamento maior tempo", disse Gilmar.

O especialista também destaca que os cursos mais procurados em EAD são: Pedagogia, Administração, Serviço Social, Contábeis, dentre os outros e a maior preferência é por cursos licenciatura. Em relação às dificuldades do mercado de trabalho, Gilmar aponta que não existe mais esse mito de que as empresas preferem o profissional formado em educação presencial. "Temos que entender que a sociedade evoluiu e todos estamos conectados e instantâneos. Em cidade maiores é ainda mais comum a EAD devido ao fato das distâncias entre um local e outro e da dificuldade de acesso e tempo. O mercado de trabalho evoluiu e precisa de pessoas com conhecimento apurado, porque o mundo globalizado não tem mais fronteiras nem limites, sobretudo na educação", afirma o especialista.

Vivências na EAD

Mateus Didó Jaroseski é profº do ensino médio, Especialista em interdisciplinaridade do ensino de História e Geografia, e atualmente graduando de Gestão Comercial pelo módulo EAD, Ele também possui uma escola de cursinhos preparatórios pra o ENEM, juntamente com um pólo de EAD. Segundo ele os desafios da EAD são muitos, em especial a falta de acesso à tecnologia em alguns locais, ou ainda, o medo que as pessoas mais adultas têm se adaptarem ao modo online de ensino. Ele também destaca que muitas vezes, as instituições de ensino presencial deixaram a desejar, fazendo com que o aluno se deslocasse de longas distâncias para chegar à universidade e muitas vezes não ter aula, no modo EAD esse risco não acontece. "As escolas Polos vêm oferecendo uma estrutura moderna e acolhedora para contribuir na superação e na evolução intelectual destes alunos. Mas, o fator mais impactante no meu ponto de vista é a falta de incentivo financeiro e investimento por parte de nossos governantes. O EAD é muito eficaz e não perde em nada para o sistema tradicional de ensino que, por muitas vezes, deixa muito a desejar", completa o professor.

Outro ponto que Jaroseski destaca é que resolveu investir no módulo EAD, pela possibilidade levar o Ensino Superior até aquelas pessoas que não tiveram oportunidade de cursar uma graduação por diversos motivos, devido ao alto custo financeiro de uma graduação presencial através de transportes, mensalidades e a questão de tempo, coisa que é primordial no dia a dia do homem moderno. "A educação a distância na atualidade se consolidou como uma modalidade de extrema importância e necessidade, reproduzindo, através de sua plataforma, o comportamento da atual sociedade. Hoje, inserido no ramo do EAD, tanto como Gestor e administrador de uma unidade de ensino, quanto como aluno de graduação modalidade EAD entendo que o profissional que dominar as técnicas de comunicação a distância ocupará posição de destaque neste mundo globalizado e tecnológico em que vivemos".

O lado B da EAD

Mas nem todos são adeptos deste modelo de ensino. Há quem discorde e acredite que a EAD não é tão eficaz porque não produz as vivências, experiências, e discussões necessárias para desenvolver um pensamento crítico. Gilmar, especialista da área acredita que as universidades não preparam o profissional para o mercado de trabalho, e este sofre dificuldades de adaptação depois de formado. Já a EAD tem essa junção mais prática, com visão voltada na formação do profissional apto para atuar no mercado.

Outro fator a ser considerado por quem busca a EAD é analisar bem a instituição em que ingressa. Se ela é regulamentada, se atende às definições do INEP e MEC, e se tem reconhecimento no mercado, para evitar 'calotes' depois.

EAD nos anos iniciais

Uma das propostas do presidente eleito é propor a EAD também para o ensino fundamental e médio a fim de reduzir custos para a educação do país. Entretanto esta medida não soa de forma muito agradável para os tradicionais educadores que defendem uma educação presencial nos anos iniciais por ser a fase em que o aluno, na convivência coletiva desenvolve seu comportamento social. "A EAD pode ser uma solução nos casos de alunos que têm dificuldade de acesso a escola devido a distância e outros fatores, ou aqueles que estão em condição de saúde debilitada, mas acredito que ela não deve ser substituída por completo pelo módulo presencial, pois tornaria deficitário o ensino em sua fase inicial, quando é tão importante a interação do convívio escolar", disse a professora de anos inicias e médio de Canoinhas, Eliane Pereira Pieczarka.

Eliane é graduada no módulo presencial em Pedagogia e cursou Licenciatura em Letras pelo módulo EAD. Ela comenta as experiências nos dois ramos, e fala de uma perspectiva para o futuro educacional. "Eu tive uma ótima experiência como graduanda do EAD, mas porque já possuía uma bagagem devido a minha formação em pedagogia presencial. Acredito que no sentido ensino superior tem dado muito certo, mas acho que se ela for implantada nos anos iniciais somente para reduzir custos na educação, não será viável, porque temos que ver a realidade de quem freqüenta a escola nem todos tem acesso à internet, não se deve pensar num modelo de ensino que vise reduzir custos. E a educação é a base de um país, e isso precisa ser muito analisado", enfatiza.

Fonte: Jornal do Correio do Norte