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20
Seg, Maio

Brasil e a educação a distância

Notícias EAD

Recentemente, novas diretrizes do CNE (Conselho Nacional de Educação) autorizaram que parte da carga horária do Ensino Médio possa ser cumprida a distância. Há 20 anos, fui fundador de escola com aulas 100% presenciais.

Quando a EAD (Educação a Distância) surgiu, muitos especialistas diziam ser o fim do ensino presencial. Entretanto, o tempo nos mostrou que, na prática, não é assim. Considerando até mesmo países onde é liberado o homeschooling (método de aprendizagem focado em aulas fora da escola) o ensino presencial ainda predomina.

Quando olhamos para fora, mais de 65 países têm a educação domiciliar regulamentada, entre eles Chile, Estados Unidos, Inglaterra, França e até a Finlândia, considerada o país com melhor Educação no mundo.

Sou a favor da liberação do homeschooling no Brasil, mas hoje, não. A cultura que temos atualmente não condiz com a conduta necessária para garantir a efetividade dessa linha de aprendizagem. Anos atrás notava-se pouca repercussão acerca desse tema. Primeiramente por questões financeiras. Aprendizado em casa exigia contratação de aulas particulares de diversas matérias, que tornava o custo muito mais alto que colégio presencial. Porém, o avanço dos conteúdos on-line alavancou a proposta, que passou a ser realidade acessível para parcela muito maior da sociedade, consequentemente, acalorando esse debate.

Boa parte da sociedade ainda associa o fato de não comparecer presencialmente à escola com falta de responsabilidade ou comprometimento. Em maior parte dos casos, quando paramos para analisar o perfil dos brasileiros que carregam essa bandeira, encontramos famílias insatisfeitas com o ensino da maioria das escolas ou que tentam se afastar da violência, bullying, drogas ou ainda carregam valores difundidos pela instituição que entram em desalinho com os valores familiares.

Mas, então, por que o Brasil não está pronto para o homeschooling? Acredito que a sociedade brasileira ainda não está preparada para esse passo. Ainda precisamos entender que estudar em casa não é ficar no videogame. Precisamos formar professores preparados para produzir aulas para Educação a Distância. Precisamos resgatar a credibilidade nos órgãos regulamentadores e de fiscalização.

Neste sentido, a decisão do CNE (Conselho Nacional de Educação) foi, na minha opinião, extremamente acertada. A medida gera a possibilidade de darmos passo de baixo risco, pois mantém boa base presencial, mas, ao mesmo tempo, possibilita evolução no modelo de educação a distância.

Márcio Dornellas é empresário e formado em licenciatura matemática.

Fonte: DGABC