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Qua, Maio

Quais competências digitais os professores precisam desenvolver?

Notícias EAD

Para além do uso da tecnologia, o desenvolvimento de competências digitais considera o desenvolvimento profissional e pessoal e a inovação nas práticas pedagógicas.

Para além do uso da tecnologia, o desenvolvimento de competências digitais considera o desenvolvimento profissional e pessoal e a inovação nas práticas pedagógicas.

Os acontecimentos vividos desde 2020, por conta da pandemia, fizeram acelerar uma necessidade já prevista pelos especialistas em educação e exigida pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC): o desenvolvimento de competências digitais para professores e alunos.

Em um curto período, professores e gestores escolares tiveram que buscar por novas ferramentas tecnológicas, além de inovar suas práticas pedagógicas. Tudo para continuar a garantir a aprendizagem dos estudantes, mesmo que a distância.

Entretanto, não é de agora que o uso das tecnologias em sala de aula é considerado fundamental. Afinal, sua aplicação na educação é vista como oportunidade de promover um aprendizado mais colaborativo e, ao mesmo tempo, autônomo. Ou seja, permitir que o estudante seja protagonista na produção do próprio conhecimento.

Mas para alcançar tais competências, é necessária atualização constante. Não apenas dos professores, como também da escola. Assim, é possível estimular o desenvolvimento de novas práticas e permitir que a aula seja mais dinâmica, produtiva e voltada aos interesses dos alunos.

O que são competências digitais e o que elas têm a ver com educação?
Competência digital é uma das oito competências essenciais para o desenvolvimento ao longo da vida, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ela é considerada necessária para a comunicação, relacionamentos, vivência cultural e desenvolvimento de atividade produtiva na sociedade.

O que diz a BNCC
Desenvolver cultura digital é compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Na educação, a cultura digital tornou-se uma exigência da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento a coloca como uma das 10 competências gerais a serem desenvolvidas nas escolas. Por esse motivo, também tornou-se essencial para o exercício da profissão dos educadores.

“Quando a gente fala em cultura digital na BNCC, falamos não só da técnica e do uso dos recursos. Mas também, das possibilidades do docente criar experiências de aprendizagem em que o aluno possa se desenvolver. Além de permitir que ele faça uma escolha ética daquilo que vai consumir e que possa se comunicar utilizando os recursos digitais de forma saudável”, afirma Lilian Bacich, coordenadora do curso de pós-graduação em Metodologias Ativas no Instituto Singularidades.

De acordo com a especialista, a ideia é que o aluno possa fazer o uso do digital tanto para potencializar sua aprendizagem, quanto para que ele se insira na cultura digital deste século. “Por isso, essa é uma competência que está relacionada a todas as áreas de conhecimento”, complementa a coordenadora.

Aspectos importantes para o desenvolvimento de competências digitais dos educadores

1 – Desenvolvimento Profissional: permite ao professor usar as TICs em atividades de formação continuada e no desenvolvimento de atividades profissionais. Também torna o profissional capaz de usar a tecnologia para promover a troca entre pares. Além da habilidade de avaliar e implementar novas ações para melhoria de suas práticas.

“Está relacionado, principalmente, à formação de comunidade de aprendizagem. De como o educador se relaciona com o digital para aprender com seus pares. Muitas vezes, até para documentar o seu percurso e dar luz àquilo que ele vem fazendo. É uma competência digital voltada ao desenvolvimento enquanto profissional educador e às habilidades que ele encontra em grupo”, diz Lilian.

2 – Desenvolvimento Pessoal: aborda o uso responsável das tecnologias. Também reflete sobre a capacidade de fazer e compartilhar o uso ético e responsável da tecnologia.

“Esse aspecto diz muito sobre os valores. Quanto mais o profissional tiver condições de selecionar recursos, analisar e selecionar fontes confiáveis, mais ele poderá passar aos seus estudantes. E desse modo, ajudá-los a desenvolver essa habilidade e a cidadania responsável para o uso desses recursos com valores éticos”.

3 – Prática Pedagógica: traz a reflexão sobre como incorporar tecnologia às experiências de aprendizagem dos alunos e às estratégias de ensino. E mostra como utilizar a tecnologia para criar experiências de aprendizagem que atendam às necessidades de cada estudante.

“Essas práticas falam sobre quais habilidades são importantes para entender se o recurso tecnológico pode ser incorporado pedagogicamente. E mais do que isso, mostra aos professores se aquelas tecnologias são realmente necessárias”.

Competências Digitais para além da tecnologia
As tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) foram inseridas nas práticas docentes para promover aprendizagens mais significativas. Além disso, elas apoiam os professores na implementação de metodologias de ensino ativas, melhorando o interesse e engajamento dos alunos.

Entretanto, desenvolver competências digitais vai além de saber dominar e usar os recursos digitais como meio ou suporte para as aulas.

“O desenvolvimento de competências digitais não está ligado diretamente à quantidade de tecnologias que o docente domina. O uso de recurso digital só faz sentido se estiver conectado a outras habilidades. Considero mais importante a habilidade de saber o que faz sentido ser utilizado pedagogicamente, para que o aluno se desenvolva de maneira integral”, reforça Lilian.

Gestão escolar e o incentivo na formação de educadores
A formação prévia dos educadores, que muitas vezes não considera meios computadorizados, é um dos desafios para a gestão escolar na inserção de novas tecnologias em sala de aula .

Mas, segundo Lilian, isso pode ser resolvido de uma maneira: com conhecimento. Afinal, por meio do incentivo e da capacitação, os professores entram em contato com as tecnologias educacionais, desenvolvem competências digitais e são preparados para utilizá-las em sala de aula.

“É preciso que a escola permita o desenvolvimento dessas habilidades no professor. Do mesmo modo, investir em tecnologias dentro das escolas. Mas o principal é ouvir os professores, conhecendo seus medos, desafios e incentivando a formação continuada”, finaliza a especialista.

Fonte: Fundação Telefônica