fbpx

Sidebar

03
Sex, Maio

Como o ensino híbrido pode ajudar a superar os desafios pós-pandemia na Educação

Notícias EAD

Descubra mais sobre o que caracteriza essa abordagem, como ela ajuda a engajar os estudantes e como pode colaborar na recomposição de aprendizagens.

Descubra mais sobre o que caracteriza essa abordagem, como ela ajuda a engajar os estudantes e como pode colaborar na recomposição de aprendizagens.

Se antes da Covid-19 muito já se falava sobre a importância e a necessidade de promover o protagonismo da garotada, seu desenvolvimento integral e o uso significativo de tecnologias digitais no mundo da sala de aula, agora isso se faz ainda mais relevante. A exclusão escolar alcança níveis alarmantes e é preciso recompor as aprendizagens e reconquistar o vínculo dos alunos com a escola e entre colegas. Nesse sentido, o ensino híbrido pode ajudar bastante. Não se trata, contudo, de uma solução mágica.

O ensino híbrido é uma abordagem que pode ser implementada aos poucos, conforme for fazendo sentido para os professores e os estudantes. E para funcionar, tem de acontecer acompanhado por formação docente, apoio da gestão aos professores e acesso aos recursos tecnológicos.

"Este ano, tenho usado o ensino híbrido com muita frequência para diagnosticar os estudantes que estão chegando à turma e para personalizar o ensino a fim de nivelar as aprendizagens. Estou surpresa com o ganho de tempo que tenho tido", relata Taís Lino, professora do Colégio Uirapuru, em Sorocaba (SP).

Mas, afinal, o que é o ensino híbrido?

Vamos começar pelo que não é: não se trata de alternar, simplesmente, aulas presenciais e remotas.

"O ensino híbrido é uma abordagem composta por estratégias diversas, que mesclam momentos presenciais na escola com atividades que usam recursos digitais, em qualquer espaço", explica Fernando Trevisani, professor, doutorando em Metodologias Ativas e organizador do livro Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na Educação (editora Penso).

Com essa abordagem, a intenção é que as aulas sejam planejadas de maneira integrada para que as tecnologias permitam ao professor coletar dados sobre a aprendizagem dos alunos rapidamente. Com esses dados em mãos, o docente pode avaliar cada um dos estudantes e planejar as próximas aulas, personalizando o ensino. E aí está a chave: a personalização do ensino é o grande objetivo do ensino híbrido.

"É fundamental que as atividades permitam que o estudante tenha um trabalho ativo. Ele tem de construir, criar e investigar, tanto em momentos individuais quanto coletivos", diz Leandro Holanda, que também é autor de Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na Educação (editora Penso), diretor da Tríade Educacional e professor na pós-graduação do Instituto Singularidades. Assim, as crianças podem mobilizar seus conhecimentos prévios e contar com a mediação do professor para ir em busca dos recursos necessários até chegar onde o docente deseja, construindo os saberes de forma concreta, significativa e integrada.

Modalidades híbridas, na prática

Conheça o ExpertEAD e tire seu curso do papel

Existem diversas formas de trabalhar com a abordagem do Ensino Híbrido. Confira três delas, mais interessantes para investir na recomposição das aprendizagens e as mais adequadas para a nossa realidade:

1. Sala de aula invertida

O que é: Basicamente, tem a ver com o envio prévio de um material para os alunos explorarem em casa.

Como funciona: Num momento anterior à aula, os estudantes assistem a um vídeo indicado pelo professor e criam algo digital a partir do conteúdo, a pedido dele, por exemplo. Feito isso, o docente observa o que eles produziram para avaliar como está a construção do conhecimento da turma. Então, com isso em mãos, planeja como dar continuidade ao ensino do conteúdo em sala de aula, priorizando as metodologias ativas.

Porque é interessante: "É importante avaliar de diferentes maneiras e em momentos variados para acompanhar como os estudantes estão aprendendo e investigar as dúvidas", diz Fernando.

2. Rotação por estações

O que é: Como indica o nome, os estudantes percorrem estações para realizar pequenas tarefas em grupo.

Como funciona: Os grupos de alunos têm de visitar as estações sem uma ordem pré-definida, seja na sala de aula ou em diversos espaços da escola. O ideal é que as estações demandem diferentes habilidades e competências, a fim de atender as diversas formas pelas quais os alunos aprendem. Ao menos em uma delas, a turma precisa criar algo no ambiente digital, para contribuir com a alfabetização digital e facilitar a coleta de dados pelo professor. Confira uma sugestão de trabalho com essa modalidade em Atividades: a turma vai estudar características dos espaços urbanos e rurais e a interação entre a luz e diferentes materiais.

Por que é interessante: "A observação docente enquanto a turma realiza as atividades é fundamental e valiosa como forma de acompanhamento e avaliação. Para diagnóstico e recomposição das aprendizagens, esse modelo é especialmente útil, porque em uma das estações o professor pode propor o trabalho com um conceito anterior, para avaliar o que os estudantes sabem e, em outra estação, pode abordar algo que ele já identificou que precisa ser revisto pela turma para garantir a progressão das aprendizagens”, fala Fernando.

3. Laboratório rotacional

O que é: Semelhante ao modelo anterior, propõe dois grupos de trabalho que trabalham de forma alternada.

Como funciona: O primeiro grupo fica em sala de aula com o professor para tirar dúvidas, dialogar sobre o conteúdo que está sendo explorado e trabalhar conceitos. Já o segundo grupo, trabalha de maneira autônoma em outra parte da escola ou em casa, seguindo uma lista de atividades, preferencialmente a serem realizadas com o apoio de algum recurso digital e que permita a criação de algo próprio pelos estudantes. Tanto no diálogo direto com os estudantes, quanto na análise da produção da turma, o professor pode avaliar como eles estão aprendendo e suas principais dúvidas. Por fim, com os dados coletados, o professor pode agrupar os estudantes para propor atividades que atendam às demandas específicas. Confira uma sugestão de trabalho com essa modalidade em Atividades: a turma vai estudar características dos espaços urbanos e rurais e a interação entre a luz e diferentes materiais.

Porque é interessante: “Essa modalidade permite dar para cada grupo o que é necessário para que os alunos cheguem ao mesmo ponto, garantindo equidade”, explica Fernando.

Na hora de implementar o ensino híbrido e escolher os modelos, conhecer as estratégias disponíveis é propício, mas não é necessário ficar preso a moldes. "Mais importante é ter clareza dos objetivos da aula, do que a turma vai produzir e os elementos que serão utilizados para fazer a avaliação", reforça Leandro. Confira outras modalidades de ensino híbrido na reportagem Ensino híbrido: quais são os modelos possíveis?

Conheça o ExpertEAD e tire seu curso do papel

Leandro também indica que incorporar uma rotação por estações, uma sala de aula invertida ou um laboratório rotacional a uma sequência didática pode ser um bom caminho para quem está começando a trabalhar com ensino híbrido. Essa estratégia permite compreender os aspectos estruturantes da prática, como organização do espaço, do tempo e do conteúdo e as formas de avaliação. "Depois, o docente pode criar modelos mais autorais", diz.

Fonte: Nova Escola