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05
Dom, Maio

Home office gera ansiedade entre os jovens da geração Z, mostra pesquisa

Notícias EAD

Muitas pessoas com idade entre 18 e 29 anos entraram para o mercado de trabalho durante a pandemia, e não tiveram vivência no escritório, contato presencial com colegas e a supervisão mais de perto dos chefes

Muitas pessoas com idade entre 18 e 29 anos entraram para o mercado de trabalho durante a pandemia, e não tiveram vivência no escritório, contato presencial com colegas e a supervisão mais de perto dos chefes

Tem muita gente que defende com unhas e dentes o trabalho remoto. Mas, para uma parcela da população em especial, a que faz parte da Geração Z, essa modalidade não tem agradado e, pior, tem gerado ansiedade.

Uma pesquisa da Deloitte realizada em março com 22 mil pessoas constatou que quase metade dos membros da Geração Z se sentem ansiosos e estressados quase o tempo todo, enquanto apenas 39% dos millennials disseram sentir o mesmo.

E o trabalho tem um alto impacto nisso. Outro estudo, este da Gallup, pontuou que quase metade dos trabalhadores com idades entre os 18 e os 29 anos relataram que a sua atividade profissional afetou negativamente a saúde mental.

O ponto é que a entrada dessa turma na vida profissional foi tudo menos típica, com seus primeiros passos sendo dados em um momento em que grande parte do mundo migrava para o home office por conta da pandemia de covid-19. Isso significa que essas pessoas não tiveram a vivência do escritório e tiveram de aprender suas atividades à distância, sem muita supervisão.

Desenvolvimento prejudicado
Até 2025, a Geração Z deverá representar 27% da força de trabalho nos principais países ocidentais e um terço da população global. Reportagem do Business Insider observa que, se uma maioria significativa dela permanecer estressada para participar eficazmente da força de trabalho, especialistas dizem que poderá haver consequências devastadoras, e não apenas em termos econômicos, mas também em uma perspectiva social.

Mais uma questão a ser considerada é que alguns líderes dizem que isso está atrapalhando o desenvolvimento dos funcionários mais jovens. Por exemplo, uma chefe relatou ao portal norte-americano que um de seus maiores desafios com esses funcionários eram seus muitos sentimentos em relação ao trabalho.

“Por um lado, aplaudo a vontade deles de partilharem o que sentem e me sinto maravilhada com o quão confortáveis eles se sentem em dizer o que pensam. Mas, por outro lado, como chefe, não é minha função ajudá-los a lidar com todos os seus sentimentos – apenas aqueles relacionados ao trabalho”, afirmou ela.

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Lou Ali, que gerencia alguns jovens na agência de relações públicas Honcho, observou que ficou intrigada com o que considerou o paradoxo da ansiedade da Geração Z no local de trabalho.

Segundo ela, alguns deles parecem confiantes, mas, por outro, estão lutando para encontrar seu lugar. “Na verdade, eles têm muitos problemas de autoestima ou incertezas sobre a progressão na carreira”, salientou, acrescentando que entende o que estão passando. “Eu costumava ir ao escritório todos os dias, cinco dias por semana. Eu poderia falar com meus colegas sobre minhas ansiedades, enquanto os trabalhadores mais jovens não têm isso. Você não sabe o que não sabe. Se você não está cercado de pessoas e não percebe pequenas coisas, como saber como perguntar?”

Lutando com a incerteza
Ellen Hendriksen, psicóloga clínica e autora de “How to Be Yourself: Quiet Your Inner Critic and Rise Above Social Anxiety” (Como ser você mesmo: acalme seu crítico interior e supere a ansiedade social, em português), explicou que o cerne das preocupações da Geração Z com o trabalho se resume à incerteza. “A ansiedade é impulsionada pela incerteza”, enfatizou.

De acordo com a especialista, como cresceram na era digital com quantidades quase ilimitadas de informação ao seu alcance, a Geração Z tem menos experiência com dúvidas e imprecisões, e isso é agravado pelo trabalho remoto.

A falta de experiência em lidar com as incertezas contribui para o que Michelle P. King, autora de “How Work Works” (Como funciona o trabalho, em tradução livre para o português), chama de “lacuna de competências de ambiguidade”, algo que se manifestou de duas maneiras para as gerações mais jovens.

A primeira é a ambiguidade nas tarefas (como resolver problemas que não têm uma solução clara, trabalhar em tarefas complexas com um alto grau de novidade e ter pensamento criativo). A segunda é o impacto nas interações sociais.

Este ano, King, em parceria com a OnePoll, entrevistou 2 mil membros da Geração Z, com idade entre 18 e 24 anos, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Os principais resultados desta pesquisa foram os seguintes: 30% relataram aumento de estresse devido a relacionamentos ambíguos no trabalho; nove em cada 10 disseram que evitavam eventos presenciais por causa da ansiedade social, e quase um quarto que se sentiam desconfortáveis ao falar em reuniões e compartilhar suas ideias.

“No novo mundo do trabalho, temos que gerir a forma como trabalhamos com os outros. Ou seja, saber como interpretar os sentimentos e intenções de outras pessoas para que você possa gerenciar suas interações informais com elas. Seja percebendo quando uma apresentação se estende por muito tempo ou entendendo o subtexto do que alguém está dizendo, gerenciar como você trabalha é uma tarefa árdua, uma habilidade fundamental”, observou a especialista.

Diante disso, os chefes, que têm muita prática no desenvolvimento das suas competências interpessoais no escritório, têm um papel importante a desempenhar. “Os gestores precisam colmatar esta lacuna de competências, fornecendo coaching e feedback contínuos que capacitem os funcionários para realizarem o seu trabalho sem terem todas as informações, responderem às constantes mudanças no trabalho e aprenderem como adaptar o seu estilo de comunicação para se conectarem com pessoas diferentes”, completou King.

Fonte: epocanegocios

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