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Sex, Maio

Robôs agrícolas deverão ‘invadir’ fazendas do país nos próximos anos

Notícias EAD

Segundo especialistas, ganho de rendimento com a automação será o principal apelo no Brasil, mas a falta de conectividade no campo ainda é desafio

Segundo especialistas, ganho de rendimento com a automação será o principal apelo no Brasil, mas a falta de conectividade no campo ainda é desafio

Caminhar pela área de robótica da maior feira agrícola do mundo é como ser teletransportado para o futuro — se isso fosse possível. As máquinas, desenvolvidas para participar de todo ecossistema de produção agrícola, executam suas tarefas com precisão.

Os robôs conseguem semear, monitorar, remover ervas daninhas, verificar a existência de pragas, alertar o produtor em caso de problemas na lavoura e ainda colhem os frutos no fim da safra.

Diferentemente das enormes máquinas agrícolas, que impressionam pelo tamanho, esses robôs são, em geral, leves e pequenos, para evitar a compactação do solo e aumentar o potencial da safra e da colheita.

“Os robôs, para nós, na agricultura, são diferentes do que vemos nos filmes. Não se aparecem com humanos. O fator decisivo é criar um produto que se adapte 100% às exigências agrícolas e à demanda do produtor”, afirmou Johannes Utz, diretor de desenvolvimento robótico da AGCO na Alemanha, durante a feira Agritechnica, realizada em Hannover, em novembro.

Utz é um dos responsáveis pela criação de Xavier, robô semeador apresentado pela Fendt. A nova geração, ainda na fase de protótipo, deposita os grãos com precisão, respeitando a distância pré-definida na linha de plantio, podendo ser utilizado em lavouras de soja, milho, feijão e ervilha.

No geral, os sistemas autônomos integram as tecnologias já vistas em outras máquinas, como inteligência artificial, GPS e sensores ópticos. O maior diferencial é o grau de rendimento oferecido.

“Robôs conseguem fazer o dobro por dia do que faz um trator. Eles trabalham por mais tempo, com maior agilidade e eficiência. Sabem onde e quanto de insumo deve ser colocado, precisão que é impossível atingir com a mão humana”, disse Elizeu dos Santos, coordenador de Marketing de Produto Agricultura de Precisão Fendt e Valtra.

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A agricultura do futuro, além de inteligente, também busca ser sustentável. As marcas têm alternativas para diminuir o gasto de energia, recursos hídricos e a emissão de gases do efeito estufa. O objetivo dos dispositivos é driblar os desafios enfrentados pelo setor, tais como a instabilidade do clima, falta de mão de obra especializada e o desperdício de insumos.

Lero, criação da empresa alemã Nature Robots, é um exemplo disso. O sistema une robótica e inteligência artificial e monitora diariamente as condições e o desenvolvimento de até 30 variedades de vegetais em uma mesma área.

Segundo a empresa, o aparelho diferencia cada tipo de cultivo, recolhe informações individualizadas e fornece alternativas sustentáveis a serem implementadas nas áreas afetadas, de modo a auxiliar “as relações simbióticas entre plantas e insetos”.

“A agricultura foi facilitada pelas tecnologias, mas, aos poucos, volta a se tornar complexa. Este monitoramento será essencial no futuro, e é difícil de ser executado por máquinas maiores. Os robôs são capazes de ‘traduzir’ as necessidades da terra para o produtor”, disse Malte Piening, um dos engenheiros robóticos responsáveis pela invenção.

As máquinas autônomas ainda podem ser otimizadas se acopladas a novas ferramentas, como sugere o Niedersachsen ADDITIV. O projeto, ainda em fase de desenvolvimento por pesquisadores de Hannover, utiliza laser para eliminar 100% das ervas-daninhas sem prejudicar o restante da cultura no entorno.

A criação é semelhante a uma impressora. Na parte superior, uma câmera 3D ligada a um banco de dados reconhece a espécie invasora e envia o laser na área mais sensível, da planta, matando-a por completo, sem a necessidade do uso de pesticidas.

“A IA, além realizar a limpeza por completo, consegue diferenciar o que é cultura e o que é erva-daninha. É um ganho pensando em produtividade, principalmente para produtores de vegetais. Ao mesmo tempo, é nosso maior desafio. Precisamos ter mais de 1 milhão de fotos de cada espécie no banco de dados para treiná-la”, afirmou Jens Kruse, pesquisadora do Centro de Laser de Hannover.

Segundo levantamento do grupo IMARC, o mercado global de robôs agrícolas atingiu US$ 7,6 bilhões no último ano. A projeção é que o setor crescerá cerca de 18% ao ano até 2028, quando deve alcançar a marca de US$ 20 bilhões.

Quando os robôs chegam nas lavouras brasileiras?

No Brasil, o futuro não está tão distante quanto pode parecer. Para Elizeu dos Santos, o ganho de rendimento promovido pela automação será o principal apelo no país, que, segundo o especialista, deve começar a ser “povoado” por robôs nos próximos cinco anos.

“Tem tudo para ser promissor para o produtor brasileiro, principalmente pelo tamanho das fazendas. Além disso, como realizamos duas culturas na mesma área, plantar mais rápido e colher mais rápido é essencial”, afirmou.

A conectividade, porém, ainda é uma barreira. Segundo o Ministério da Agricultura e a associação ConectarAgro, 73% das propriedades rurais brasileiras ainda não estão conectadas à internet. E, sem internet, os robôs não conseguem coletar dados para oferecer sua capacidade máxima no campo.

Fonte: Globorural

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