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06
Seg, Maio

A Inteligência Artificial deveria fazer o Brasil pensar sobre o seu futuro

Notícias EAD

Muitos países ao redor do mundo fazem um planejamento de 15 a 30 anos para suas áreas de ciência e tecnologia e adotam diferentes abordagens de estudos de futuros e foresight para criar e antecipar cenários. É neste quesito que o Brasil escorrega há muito tempo

Muitos países ao redor do mundo fazem um planejamento de 15 a 30 anos para suas áreas de ciência e tecnologia e adotam diferentes abordagens de estudos de futuros e foresight para criar e antecipar cenários. É neste quesito que o Brasil escorrega há muito tempo

Cresci ouvindo que o Brasil era o país do futuro. O futuro virou presente, e a promessa continua. Esse é o resultado de uma sociedade que entende o seu potencial, mas, ao mesmo tempo, é incapaz de se planejar de maneira organizada para alcançar objetivos mais ousados.

Os motivos? Podem ser muitos. Questões econômicas, culturais e políticas.

Na minha pesquisa de doutorado, investiguei o processo de inovação nos países emergentes, especialmente nos BRICS. Descobri que o poder de gerar conhecimento e inovação está intrinsecamente ligado com a capacidade do país de planejar suas áreas de ciência e tecnologia no longo prazo.

Um dos casos mais impressionantes, e que sempre uso como exemplo, é o da Coreia do Sul. O país deixou de ser uma nação pobre, com educação de baixa qualidade e pesquisas sem pretensões na década de 60 para virar uma potência em geração de conhecimento e inovação tecnológica. É o resultado de um planejamento de longo prazo, como bem detalhado no livro "Da imitação à inovação", escrito por Linsu Kim.

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Muitos países ao redor do mundo fazem um planejamento de 15 a 30 anos para suas áreas de ciência e tecnologia e adotam diferentes abordagens de estudos de futuros e foresight para criar e antecipar cenários.

É neste quesito que o Brasil escorrega há muito tempo.

O ano era 2014, e eu lembro de estar levantando dados para minha tese quando percebi que o planejamento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Brasil terminava naquele mesmo ano. Não havia nenhuma pista do que fariam dali para frente. Quais seriam as estratégias e áreas prioritárias?

De lá para cá, muita coisa mudou. Inclusive, rolaram trocas de governos com posições ideológicas diferentes. O que não mudou foi a inabilidade do Brasil em pensar o seu futuro em ciência e tecnologia.

Avance 10 anos no tempo. Estamos em 2024, e o único planejamento estratégico do MCTI disponível que eu encontrei é o de 2020 a 2023.

A situação fica ainda mais urgente com os avanços da Inteligência Artificial (IA). O Brasil precisa participar da construção do futuro e não somente esperar que as coisas sejam impostas por quem desenvolve tecnologias poderosas.

Muita gente ainda não percebeu, mas podemos estar vivendo exatamente em um daqueles momentos que ficarão na história da humanidade como um ponto de inflexão. Uma marca no tempo que pode ser a mais decisiva de tudo o que vivemos até aqui.

Fonte: Epoca Negocios

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