fbpx

Sidebar

28
Dom, Abr

Abismo digital empurra educação brasileira ainda mais para o fundo

Notícias EAD

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou nesta terça (5) os resultados do Pisa, a avaliação mais importante do mundo sobre a educação. Quase 700 mil alunos de 81 países participaram da prova, que indicou uma queda mundial nas notas "sem precedentes" e "dramática", segundos os organizadores, resultado do fechamento das escolas durante a pandemia. E, ainda que o exame não meça isso, podemos fazer uma leitura sobre o impacto do acesso à tecnologia na educação.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou nesta terça (5) os resultados do Pisa, a avaliação mais importante do mundo sobre a educação. Quase 700 mil alunos de 81 países participaram da prova, que indicou uma queda mundial nas notas "sem precedentes" e "dramática", segundos os organizadores, resultado do fechamento das escolas durante a pandemia. E, ainda que o exame não meça isso, podemos fazer uma leitura sobre o impacto do acesso à tecnologia na educação.

Vivemos um cenário paradoxal sobre esse tema. Nesse mesmo espaço, discutimos há três semanas o uso excessivo de telas por crianças e adolescentes em salas de aulas e em suas casas, que atrapalha o seu desenvolvimento acadêmico e social. Por outro lado, a falta de acesso a elas coloca parte da população em desvantagem educacional, como a crise sanitária da Covid-19 deixou claro.

Segundo a edição mais recente da TIC Domicílios, pesquisa sobre o uso de tecnologia nas residências no país, divulgada em agosto pelo Cetic.br, 29 milhões de brasileiros não têm acesso à Internet, sendo 17 milhões deles das classes DE. No período em que as escolas ficaram fechadas, isso escancarou como o poder aquisitivo determinava quem podia continuar estudando..

"Eu costumo dizer que o direito à educação hoje tem que ser acompanhado do direito ao acesso à Internet", afirma Ana Lúcia de Souza Lopes, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e especialista em tecnologia para educação. "Como um jovem que não tem acesso à internet vai concorrer no mercado de trabalho", questiona.

Conheça o ExpertEAD e tire seu curso do papel

Isso é tão verdadeiro que a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que destacou o problema do excesso de telas pelos jovens em um relatório em julho, defende o seu uso nas escolas, desde que claramente destinadas ao apoio ao ensino, e não como distração dos alunos. Além disso, elas nunca podem substituir o papel dos professores, nem minar sua autoridade.

O abismo digital no Brasil se soma a outros abismos entre nossas classes sociais. Como podem viver pessoas sem acesso à Internet? Isso pode parecer um luxo em um país em que grande parte da população não tem saneamento básico e até acesso à eletricidade. Mas em uma sociedade cada vez mais digitalizada, aspectos essenciais da cidadania -como estudar- passam a depender dessa conexão.

Isso traz novos desafios aos professores, que, assim como os alunos, usam pesadamente o meio digital, mas poucos sabem como tirar proveito dele na educação. "Precisamos trabalhar a formação continuada de professores, principalmente com esse viés da tecnologia", explica Lopes.

De volta aos resultados do Pisa, as notas dos alunos brasileiros ficaram estáveis em relação ao exame anterior, realizado em 2018. E continuamos em posições vexaminosos atrás de países muito mais pobres que nós: em Matemática, ficamos no 65º lugar; em Leitura, na 52ª colocação; em Ciência, em 61º.

Um bom uso da tecnologia poderia ajudar muito a melhorar esse quadro. Assim como livros são um material didático indispensável, as telas podem ajudar os alunos a entenderem problemas complexos, em uma linguagem com a qual estão muito familiarizados.

Mas isso depende de um uso equilibrado desse recurso, sem excesso ou escassez. O poder público deve garantir esse acesso àqueles que não o têm, assim como criar políticas educacionais para ajudar os professores a tirarem bom proveito das telas.

Enquanto o Brasil não resolver suas mazelas na educação, nunca alcançará seu almejado protagonismo mundial. E, para isso, precisa usar todos os recursos disponíveis.

Fonte: Nic.br

Conheça o ExpertEAD e tire seu curso do papel