Como o metaverso pode ser usado na educação?

O metaverso é algo maravilhoso e, infelizmente, ainda um conceito incerto para as pessoas, pois existem questões conceituais que ainda fazem com que as pessoas tenham dificuldade de compreender exatamente os usos dessa ferramenta.

Exatamente por isso é importante que a compreensão do real significado da expressão metaverso seja alcançada antes de podermos falar mais claramente sobre seu uso na educação, quais são suas principais vantagens e limitações para o uso com esta finalidade.
O que é o metaverso e qual a origem da expressão?

O metaverso surgiu, assim como tantas outras tecnologias que hoje são comuns, dentro da ficção científica. O autor estadunidense Neal Stephenson escreveu Snow Crash, em 1992 e esta foi a primeira citação do que seria o metaverso.

Na ficção original, a utilização do metaverso era condicionada ao uso de óculos e luvas de realidade virtual, assim como no livro (depois adaptado para filme) Jogador n 1, de Ernest Cline, e por isso muitas pessoas acreditam que o metaverso está ligado intrinsecamente à realidade virtual.

Isso, entretanto, não é verdade, tanto que as experiências em metaverso existentes até o momento, como o jogo Second Life, Roblox, Fornite e outros, não contam com essa interação.

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O que define o metaverso então? O metaverso é um espaço digital fixo e compartilhado, onde as pessoas podem interagir de forma correlata à realidade. Ou seja, em diversos aspectos, a grande maioria dos MMORPGs (Jogos de RPG online massivos) podem ser considerados metaversos.

Ok, estamos falando de jogos como metaversos, mas onde entra a educação neste contexto?
Quais são os usos e vantagens do Metaverso para a educação?

Apesar de a grande maioria dos usos do metaverso até o momento tenham um foco inicial em entretenimento, as empresas que obtém estes espaços digitais estão percebendo que eles podem ir muito além do simples entretenimento.

É interessante, neste caso, citar o caso do Fortnite, que já organizou mostras de cinema e uma atividade ao redor do discurso de Martin Luther King, onde o jogador, enquanto assiste e ouve o discurso, faz atividades divertidas, como em uma gincana, ao redor dos conhecimentos a respeito do fato.

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Outro exemplo digno de nota é o amplo uso por escolas de cursos livres, especialmente as voltadas à programação e tecnologia, do metaverso Roblox para criação de experiências pedagógicas.

Além disso, o uso das ferramentas dos metaversos para educação apresenta diversas vantagens, que estão sendo estudadas e exploradas pelos especialistas:

• Facilidade geográfica: como em qualquer metodologia de ensino online, existe uma facilidade de acesso à informação, já que qualquer equipamento com acesso à internet permitiria presença virtual na aula.
• Co-criação facilitada: Ao permitirem a criação de experiências criadas pelas comunidades, os metaversos abrem caminho para que educadores usem esses espaços para a criação de ambientes educacionais. 
Junte a isso a vantagem de que essa criação pode ser feita sem a habilidade de programar, com ferramentas de “arrasta e cola” e construção com voxel (pixel 3d).
• Interação e engajamento: um dos pontos mais problemáticos de todas as aulas online sempre foi como aumentar o engajamento e a interação do aluno. 
Com o metaverso, a interatividade e o engajamento são muito maiores. Além disso, com a facilidade da realidade virtual, é possível treinar e desenvolver habilidades mecânicas delicadas ou perigosas, como um laboratório de química para crianças ou o treinamento de cirurgias virtuais para médicos.

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Essas são apenas as vantagens mais óbvias, sendo que nichos específicos de educação ainda encontram vantagens adicionais.

Quais são os desafios do uso do Metaverso para a educação?

Em um contexto de educação brasileira, a barreira tecnológica é um dos desafios mais sérios a respeito do uso dos metaversos para a educação.

A pandemia deixou claro o quanto a desigualdade social se traduz em desigualdade tecnológica, tanto em matéria de acesso a equipamentos atualizados e de qualidade quanto na fluência digital das crianças.

A questão da fluência digital também se torna empecilho para outras faixas etárias, onde ainda existe muito preconceito quando a “fazer as coisas pelo computador”.

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Nesse sentido, é importante também preparar o professor para lidar com essas novas ferramentas, mostrando a ele como maximizar o interesse do aluno com elas, o que vai exigir uma mudança de estratégia de ensino, saindo da aula expositiva tradicional e passando a trabalhar alternativas.

Finalmente, existe toda a questão de que certas experiências dos metaversos realmente acabam dependendo muito do uso de realidade virtual, que é uma tecnologia ainda pouco difundida, tanto pelo preço dos equipamentos quanto por suas limitações de uso.

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Marcelo Claro